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"Hipótese militar" passa a aparecer na imprensa
DE BUENOS AIRES
Assunto até agora quase inédito
no desenrolar da crise argentina,
os militares começam a aparecer
em discussões sobre os cenários
políticos possíveis em caso de fracasso do governo do presidente
Eduardo Duhalde. O tema apareceu neste final de semana na boca
de analistas e na imprensa.
O chefe do Estado-Maior do
Exército argentino, o tenente-general Ricardo Brinzoni, teria se
reunido nos últimos dias com representantes de diferentes setores
empresarias para discutir o cenário político-econômico do país,
segundo o jornal "Página/12".
Há duas semanas, Brinzoni desmentiu que as Forças Armadas
estariam conspirando para assumir o policiamento do país. "O
Exército não tem essa missão,
nem vocação, nem meios, nem
treinamento para substituir a polícia em uma convulsão social."
O "Página/12" afirma que, em
uma reunião com banqueiros,
Brinzoni definiu Duhalde como
"inútil" e "má pessoa".
O secretário privado de Duhalde, José Pompero, se mostrou
preocupado com a sensação de
que o governo está cada vez mais
isolado e frágil. "Estamos preocupados, porque alguns setores preferem um golpe institucional",
disse Pompero ao "Página/12".
O ex-ministro da Economia López Murphy tem aparecido como
um dos que mais agradam aos
militares para assumir a presidência em um eventual golpe militar.
Murphy, que deve fundar um
partido para se lançar à Presidência, nega que sua proximidade
com alguns militares tenha ligação com a suposta "preferência".
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