São Paulo, segunda-feira, 25 de fevereiro de 2002

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"Hipótese militar" passa a aparecer na imprensa

DE BUENOS AIRES

Assunto até agora quase inédito no desenrolar da crise argentina, os militares começam a aparecer em discussões sobre os cenários políticos possíveis em caso de fracasso do governo do presidente Eduardo Duhalde. O tema apareceu neste final de semana na boca de analistas e na imprensa.
O chefe do Estado-Maior do Exército argentino, o tenente-general Ricardo Brinzoni, teria se reunido nos últimos dias com representantes de diferentes setores empresarias para discutir o cenário político-econômico do país, segundo o jornal "Página/12".
Há duas semanas, Brinzoni desmentiu que as Forças Armadas estariam conspirando para assumir o policiamento do país. "O Exército não tem essa missão, nem vocação, nem meios, nem treinamento para substituir a polícia em uma convulsão social."
O "Página/12" afirma que, em uma reunião com banqueiros, Brinzoni definiu Duhalde como "inútil" e "má pessoa".
O secretário privado de Duhalde, José Pompero, se mostrou preocupado com a sensação de que o governo está cada vez mais isolado e frágil. "Estamos preocupados, porque alguns setores preferem um golpe institucional", disse Pompero ao "Página/12".
O ex-ministro da Economia López Murphy tem aparecido como um dos que mais agradam aos militares para assumir a presidência em um eventual golpe militar. Murphy, que deve fundar um partido para se lançar à Presidência, nega que sua proximidade com alguns militares tenha ligação com a suposta "preferência".


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