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Cai aprovação americana ao livre comércio
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
O entusiasmo dos americanos de classe média alta
com a globalização e o livre
comércio está em declínio.
Em 1999, 57% da população
com renda acima de US$ 100
mil (cerca de R$ 295 mil) por
ano afirmava que os EUA
deveriam promover o livre
comércio ativamente. Neste
ano, essa fatia caiu para 28%.
A proporção dessa fatia da
população que defende a diminuição ou mesmo o fim
de práticas de livre comércio
passou de 17%, em 1999, para 33%, em 2004.
A pesquisa foi realizada
por um centro de estudos internacionais da Universidade de Maryland.
"A hipótese mais provável
para essa mudança de comportamento é que os mais ricos começam a sentir os efeitos negativos da globalização. Percebe-se que a classe
média alta americana teme o
desemprego por causa do
deslocamento de empregos
de alto nível para outros países", afirma Clay Ramsey,
diretor de pesquisas da universidade.
Historicamente, diz Ramsey, os americanos com renda mais alta eram os mais favoráveis ao livre comércio.
Entre todas as faixas de
renda pesquisadas pela sondagem, a formação de blocos econômicos e outras
práticas de internacionalização das relações econômicas
perderam o apoio da população. No total, 40% dos
americanos afirmam que a
globalização é um processo
positivo. Em 1999, 53% eram
partidários.
Esses dados surgem em
um momento em que o fraco desempenho do mercado
de trabalho preocupa os
americanos. Desde o início
da gestão Bush, em janeiro
de 2001, calcula-se que mais
de 2,5 milhões de empregos
tenham sido perdidos.
Os pesquisadores ouviram
1.896 pessoas entre 19 dezembro de 2003 e 5 janeiro
de 2004.
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