São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

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Cai aprovação americana ao livre comércio

CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK

O entusiasmo dos americanos de classe média alta com a globalização e o livre comércio está em declínio. Em 1999, 57% da população com renda acima de US$ 100 mil (cerca de R$ 295 mil) por ano afirmava que os EUA deveriam promover o livre comércio ativamente. Neste ano, essa fatia caiu para 28%.
A proporção dessa fatia da população que defende a diminuição ou mesmo o fim de práticas de livre comércio passou de 17%, em 1999, para 33%, em 2004.
A pesquisa foi realizada por um centro de estudos internacionais da Universidade de Maryland.
"A hipótese mais provável para essa mudança de comportamento é que os mais ricos começam a sentir os efeitos negativos da globalização. Percebe-se que a classe média alta americana teme o desemprego por causa do deslocamento de empregos de alto nível para outros países", afirma Clay Ramsey, diretor de pesquisas da universidade.
Historicamente, diz Ramsey, os americanos com renda mais alta eram os mais favoráveis ao livre comércio.
Entre todas as faixas de renda pesquisadas pela sondagem, a formação de blocos econômicos e outras práticas de internacionalização das relações econômicas perderam o apoio da população. No total, 40% dos americanos afirmam que a globalização é um processo positivo. Em 1999, 53% eram partidários.
Esses dados surgem em um momento em que o fraco desempenho do mercado de trabalho preocupa os americanos. Desde o início da gestão Bush, em janeiro de 2001, calcula-se que mais de 2,5 milhões de empregos tenham sido perdidos.
Os pesquisadores ouviram 1.896 pessoas entre 19 dezembro de 2003 e 5 janeiro de 2004.


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