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MERCADO TENSO
Intervenção é para evitar, ou reduzir, movimentos especulativos; reservas do país estão em US$ 35,7 bilhões
BC volta a atuar, mas dólar fecha a R$ 2
da Reportagem Local e da Sucursal de Brasília
O Banco Central voltou ontem a intervir no
mercado de
câmbio, vendendo dólares
para conter a cotação da moeda
norte-americana.
Foi o segundo dia consecutivo de
intervenção do BC no mercado de
câmbio, após uma ausência de 38
dias. O dólar comercial fechou ontem cotado a R$ 2,00 na média
ponderada do BC, abaixo dos R$
2,01 da média da véspera.
No mercado, a cotação da moeda
norte-americana fechou a R$ 2,05,
em alta de 2%, mas não houve
grandes negócios nessa faixa.
A Folha apurou que as intervenções do BC visam evitar que se repitam os movimentos especulativos com câmbio que ocorreram na
última semana de janeiro -ou,
pelo menos, atenuá-los.
A taxa de câmbio de amanhã determinará os ganhos ou perdas nos
negócios com dólar no mercado
futuro.
Investidores que compraram dólares no mercado futuro têm interesse em uma alta na taxa de câmbio amanhã e por isso tendem a fazer movimentos especulativos para a cotação subir.
A Folha apurou que o BC não
pretende barrar a trajetória natural das cotações. Só venderá moeda para tentar inibir movimentos
especulativos ou para corrigir imperfeições na oferta e procura.
O BC não divulgou nem a taxa
nem o volume de dólares vendidos
ontem. A taxa não é conhecida
porque a venda não ocorreu pelo
sistema de leilões públicos, mas
sim diretamente a alguns bancos.
Segundo operadores, o dólar
abriu o dia pressionado, a R$ 2,02.
Com a entrada do BC, chegou a recuar até R$ 1,98, mas se recuperou
à tarde até atingir R$ 2,05.
A posição diária das reservas internacionais dará uma idéia próxima do volume de dólares vendidos. Mas os números são conhecidos com três dias de defasagem.
Segundo a assessoria do BC, as
vendas de dólares contratadas só
são liquidadas dois dias depois, na
maioria das vezes.
Assim, as vendas feitas pelo BC
anteontem só vão ter impacto nas
reservas de hoje. Como o BC divulga a posição das reservas com um
dia de defasagem, o número só será conhecido amanhã.
A assessoria do BC informou que
a instituição considerou positivo o
volume de câmbio de exportação
registrado anteontem, que atingiu
US$ 239 milhões, o maior do ano.
Como as importações somaram
US$ 127,1 milhões, o superávit do
comércio exterior foi de US$ 111,9
milhões, segundo o BC.
Ontem, as reservas internacionais fecharam em US$ 35,738 bilhões, registrando queda de US$ 19
milhões em relação ao dia anterior.
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