São Paulo, domingo, 25 de março de 2007

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Preço das ações bateu no teto, diz consultoria

DO COLUNISTA DA FOLHA

Entre 2003 e 2006, o índice Bovespa subiu quase 300%, uma alta significativa para um período tão curto. Daqui para a frente, será difícil acreditar em uma outra rodada de valorizações expressivas como as que foram observadas nesses últimos três anos.
A avaliação é do economista Fernando Excel, presidente da consultoria Economática, em artigo para o "Anuário Análise -Companhias Abertas". Segundo ele, há dois motivos para esse ceticismo.
Em primeiro lugar, as ações brasileiras registraram os maiores preços na história, o que reduz o espaço para novas valorizações. "O preço das ações já bateu no teto", diz ele.
Além disso, o economista crê que, para uma nova rodada de altas, seria necessário que as empresas fossem capazes de gerar boas surpresas, mas ele não enxerga essa possibilidade, ao menos no curto prazo.
Fernando Excel chama a atenção também para o crescimento acelerado nas aberturas de capital das empresas, que começou em 2004 com a Natura. Desde então, 39 empresas lançaram suas ações. O total captado com esses lançamentos foi de US$ 9,2 bilhões até dezembro do ano passado.
Na opinião do economista, no futuro nem todas essas empresas que abriram o capital serão capazes de manter o interesse dos investidores, o que poderá comprometer a valorização de suas ações.
O maior risco, na opinião de Excel, é que algum problema com essas empresas acabe provocando um mal-estar no mercado e contamine a Bolsa. "A correção pode ser maior", diz.
O desempenho do mercado depende, no entanto, nas palavras do o economista, do desempenho da China. Uma grande parte da valorização da Bolsa se deve ao desempenho das empresas exportadoras ou ligadas às cotações internacionais de commodities.
Os melhores exemplos são Petrobras, Vale do Rio Doce e as empresas dos setores siderúrgico, de alimentos e de papel e celulose.
Os bons resultados dessas companhias se devem ao crescimento das compras da China.
"O aperfeiçoamento corporativo, com melhora de rentabilidade e de margem de lucro, entre outros ganhos de eficiência, teve um papel menos importante na valorização das ações", diz Excel. "Temos de torcer para não haver uma retração na China."


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