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Banco Central derruba em 54% previsão de investimento estrangeiro em Bolsa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O impacto da crise internacional está refletido na queda
esperada pelo Banco Central
em 2008 no ingresso líquido de
dinheiro estrangeiro para aplicação em Bolsa de Valores e títulos do governo e de empresas.
Segundo as projeções divulgadas, ontem, o fluxo líquido desses investimentos ao longo do
ano, já descontados as saídas,
deverá somar US$ 12 bilhões,
em vez dos US$ 26 bilhões estimados anteriormente.
No primeiro bimestre, o saldo desses investimentos foi de
US$ 456 milhões. Segundo o
chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, os
fluxos desses ingressos estarão
influenciados também pelo aumento do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras), que
entrou em vigor há uma semana. Em março, até ontem, ingressaram US$ 6,69 bilhões, o
que pode indicar que os investidores se anteciparam à fixação
da nova alíquota do IOF.
Lopes avalia que essa queda
será mais do que compensada
pelo aumento no volume de investimentos estrangeiros diretos, recursos aplicados na construção de fábricas e aumento
do parque produtivo.
Os cálculos do BC elevaram
de US$ 28 bilhões para US$ 32
bilhões o total de investimentos estrangeiros diretos esperados para 2008. Em fevereiro, o
BC projetava um ingresso de
US$ 200 milhões e o valor registrado desses investimentos
foi de US$ 890 milhões.
O dado, segundo Lopes, está
influenciado pela saída de US$
1 bilhão, referente à venda de
participação acionária de empresas estrangeiras que investiram no país -duas do setor de
alimentos e uma do varejo.
No bimestre, o saldo de investimentos estrangeiros diretos foi de US$ 5,704 bilhões.
"Em 12 meses, o ingresso líquido é de US$ 36,489 bilhões. Somente neste mês [até ontem]
entraram US$ 2,3 bilhões." Para ele, março deverá encerrar
com ingresso de US$ 3 bilhões.
Lopes afirmou ainda que a
instabilidade financeira nos
Estados Unidos tem impacto limitado sobre o ingresso de investimentos diretos, que são
aplicações de longo prazo.
"Esses investimentos compensarão com folga do déficit
[em transações correntes] esperado para o ano." Lopes disse
que o país contará ainda com
entrada de empréstimos externos de médio e longo prazos
obtidos por empresas privadas.
Os dados mostram forte
crescimento na rolagem dessas
operações. Em fevereiro, era de
156%, o que indica que toda dívida que venceu estava sendo
rolada e que novos empréstimos foram tomados. Em março, essa taxa subiu para 354%.
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