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Bovespa sobe 1,4% em dia positivo
Melhora na oferta pelo Bear Stearns e recuperação das ações da Vale e Petrobras comandam alta
Analistas, no entanto, vêem recuperação pontual nos negócios e advertem sobre a continuidade de incertezas nos mercados globais
DEISE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE
O mercado financeiro teve
um dia de alívio ontem com o
anúncio de melhora na oferta
feita pelo banco JPMorgan para comprar o Bear Stearns
-uma das primeiras vítimas da
crise do crédito imobiliário de
alto risco dos Estados Unidos.
O Ibovespa, índice que reúne
as principais ações negociadas
na Bovespa, chegou a avançar
mais de 3% ontem pela manhã,
mas reduziu o ímpeto no final
da tarde. No fechamento, terminou em alta de 1,4%, com
59.812 pontos no índice.
A expectativa dos analistas,
no entanto, é que o movimento
seja pontual e que as negociações não se mantenham em patamares elevados. "A Bolsa exagerou na recuperação. A ausência de indicadores negativos, o
patamar mais atraente de compra de ações, após a queda dos
valores na semana passada, e a
notícia do aumento da oferta
do JPMorgan para a compra do
Bear Stearns aceleraram os negócios lá fora, e o Ibovespa subiu mais de 3%. Mas devolveu
no fechamento", afirmou Alessandra Ribeiro, da Tendências.
A negociação de alguns papéis foi especialmente favorecida pela cotação das matérias-primas, com movimento de queda contido ontem. Os investidores aproveitaram para
comprar papéis da Vale e da Petrobras, as mais desvalorizadas
na semana passada. Ontem, os
papéis ON da Vale subiram
5,15%, e os PN, 4,75%.
O desempenho dos papéis da
Petrobras foi mais comedido,
com altas de 1,71% para os ON e
de 0,87% para os PN, mesmo
com a queda do petróleo em
Nova York pelo terceiro dia
consecutivo. O barril terminou
o dia cotado a US$ 100,86.
As ações da Vale foram incorporadas à lista "Americas Conviction Buy List", uma lista de
recomendação de compra de
ações do Goldman Sachs. Segundo o analista Oscar Cabrera, o recuo no preço dos papéis
deixou a empresa "bastante barata". Os ADRs (recibos conversíveis em ações) da Vale caíram 12% desde 20 de fevereiro, comparativamente ao recuo de
2,2% do índice S&P 500 da Bolsa de Nova York.
"Dados da economia dos Estados Unidos dão sinais de certa estabilidade, mas no longo
prazo não são suficientes para
recuperar a economia por completo. As negociações em patamares muito elevados não devem se sustentar", disse Jason Freitas Vieira, da Uptrend
Consultoria Econômica.
Alessandra Ribeiro, da Tendências, também avalia que o
movimento é pontual. "As incertezas continuam fortes e
ainda há dúvidas sobre a saúde
de muitas instituições financeiras. E dados importantes a serem divulgados, como o índice
de confiança do consumidor
americano, não devem ser positivos. O mercado não deve
manter esses patamares."
Computadores parados
O Banco Central teve sua intervenção no câmbio limitada
ontem devido a um problema
em seus computadores. Segundo o BC, o Sisbacen (sistema
utilizado para comunicação
com os bancos) ficou fora do ar
por três horas e meia e o banco
não realizou leilão para a compra de dólares. Mesmo assim, o
dólar comercial fechou em alta
de 0,8%, vendido a R$ 1,747.
"A pane do Sisbacen atrapalhou o BC. O preço do petróleo
e a saídas financeiras pesaram
sobre o dólar", avaliou João
Medeiros, da Pioneer.
Com a Bloomberg
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