UOL


São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ECONOMIA BOMBARDEADA

Sars e ansiedade com guerra travam crescimento, afirma organização; Brasil retoma confiança

Mundo terá recuperação lenta, diz OCDE

DA REDAÇÃO

A economia mundial deverá passar por uma lenta recuperação, agora que os conflitos no Iraque chegaram ao fim. Mas, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), há vários fatores que impedem uma plena retomada, como a pneumonia asiática e a má gestão econômica.
Ainda de acordo com o relatório semestral da entidade sobre as perspectivas mundiais, o Brasil tem conseguido restabelecer a confiança internacional, depois da apreensão do ano passado. Mas o país precisa levar adiante as reformas estruturais, se quiser crescer de maneira sustentável.
"Preocupações com o preço do petróleo, ansiedade diante da guerra, medo de terrorismo e epidemias, perda da confiança na gestão internacional... A lista dos chamados fatores geopolíticos e psicológicos é extensa", disse Jean-Philippe Cotis, economista-chefe da OCDE, sobre a instabilidade econômica mundial.
Para a organização, a economia mundial crescerá apenas 1,9% neste ano. Taxas abaixo de 2% costumam indicar a ocorrência de uma recessão global.
A estimativa de crescimento para os 30 membros da OCDE foi rebaixada de 2,2%, em dezembro, para 1,9%. Para a zona do euro, a previsão foi cortada acentuadamente, de 1,8% para 1%.
Segundo o relatório, os países ricos não podem continuar com desempenhos econômicos tão desiguais, como ocorre hoje. Países como EUA, Canadá e Austrália têm economias muito mais dinâmicas do que Japão, Alemanha e a zona do euro de uma maneira geral. A entidade defende a realização de reformas e o aperfeiçoamento das políticas econômicas.
Em um aspecto positivo, a OCDE destaca que diminuíram os riscos de uma elevação persistente nas cotações do petróleo. Para a entidade, o preço médio do barril ficará em torno de US$ 25, próximo dos níveis atuais.

América Latina
A América Latina deve começar a crescer de maneira mais acelerada neste ano, impulsionada pelo México e pelo Brasil, de acordo com a OCDE.
Para a organização, o Brasil passa por uma recuperação, depois da crise de desconfiança que o atingiu durante o período eleitoral do ano passado. Na estimativa da OCDE, o país crescerá 2% neste ano e 3% em 2004.
"A tranquila transição de governo, o compromisso da nova gestão de perseguir uma atitude monetária prudente e a austeridade fiscal restabeleceram a confiança", diz o relatório.
Ainda segundo a organização, as reformas tributária e previdenciária são essenciais para a queda dos juros e para a atração de investimentos estrangeiros.
"O investimento no aumento da capacidade produtiva é contido pelas altas taxas de juros e crédito internacional limitado", destaca a OCDE. "A agenda de reformas permitirá que o câmbio se estabilize, que as pressões inflacionárias diminuam e que a taxa de juros doméstica caia."
A OCDE prevê que a economia do México irá se recuperar em 2003 e 2004, mas diz que o país provavelmente não alcançará as taxas de 5% observadas na década passada.
"A economia [do país" está enfrentando uma recuperação fraca, apoiada em exportações maiores para os Estados Unidos", afirma o relatório. Os EUA são o principal parceiro comercial do país -compram cerca de 90% das exportações mexicanas.


Com agências internacionais


Texto Anterior: O vaivém das commodities
Próximo Texto: Contágio no ar: Pneumonia "devasta" aéreas, afirma Iata
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.