São Paulo, domingo, 25 de abril de 2004

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"Fiado eletrônico" substitui caderneta

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na Mercearia Atilano, do português Carlos Atilano, 43, não se vê a placa "Fiado só para maiores de 90 anos acompanhado dos pais". Clientes antigos, que não pagam a conta no ato e a marcam no "caderninho" da loja, representam de 30% a 40% do total de consumidores da mercearia, localizada na zona sul de São Paulo.
"Vendo na confiança. Se acho que o cara é picareta, não faço isso não", diz o comerciante.
Na prática, o número de lojas de pequeno porte que aceitam operar nesse sistema é minoria. O que ocorreu foi que, no lugar do fiado informal, entrou em cena o "fiado eletrônico". Financeiras como a Fininvest e a Losango fecharam parcerias com redes pequenas na capital paulista para "informatizar" esse sistema.
O pacote à venda para essas lojas é basicamente o mesmo: com o cartão, em que é impresso o nome da loja e da financeira, o consumidor tem até 45 dias para o pagamento do débito sem juros. Se passar da data, a conta pesa. Pagam-se juros que variam de 3,5% a 8%, de acordo com a loja.
Segundo as financeiras, estima-se que mais de 30% das vendas das lojas credenciadas nesse sistema sejam realizadas por meio do cartão. Estudo do Ibope finalizado no ano passado mostra que cerca de 25% das classes D e E freqüentam as lojas de pequeno porte, com até quatro caixas. Entre a classe alta, essa taxa é de 15%.
Quem aderiu ao sistema do cartão foi a Mercearia Econômica, loja de um grupo de supermercados pertencente à rede Super Vizinho, com 50 pontos-de-venda. Com o cartão da rede em mãos, o cliente pode pagar R$ 3 por mês para receber a fatura em casa e tem 45 dias para quitar o débito. Não há taxa de adesão ou anuidade.


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