São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

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Vaivém das commodities

mzafalon@folhasp.com.br

PAGANDO CARO
A agricultura paga caro por um custo que não é dela. A opinião é de Edilson Guimarães, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. As coisas vão bem dentro da porteira, mas logística e câmbio trazem ônus ao setor, disse ele ontem no seminário "Perspectivas para o Agribusiness em 2007/8", realizado pela BM&F.

SÓ EM JUNHO
Guimarães diz que o plano agrícola só sai em junho. As novidades não são muitas, mas serão feitos ajustes nos investimentos e no sistema de crédito rural. O governo estuda, ainda, redução na taxa de juros, mas "essa é uma discussão longa", diz o secretário.

CENÁRIO PARA O MILHO
Os preços no segundo semestre podem não estar exatamente como os produtores gostariam. A safra brasileira vai ser grande e, mesmo com as exportações de 8 milhões de toneladas, os estoques finais vão ser maiores do que os de 2006.

CAFÉ QUENTE
Em reunião de Reinhold Stephanes com a cadeia produtiva cafeeira, ontem em Brasília, o assunto café esquentou. Ao dizer que a política cafeeira estava errada, um deputado foi contestado veementemente por membros do governo, que destacaram os bons preços externos e o avanço das exportações brasileiras. O problema é o câmbio, que não depende da política cafeeira, afirmaram.

NOS ESTADOS UNIDOS 1
Se a produtividade de milho dos EUA for baixa como a de 2002/3 (média de 8.100 quilos por hectare), a produção será de 270 milhões de toneladas. Os preços chegam a US$ 5 por bushel, favorecendo o Brasil. A avaliação é de André Pessôa, da Agroconsult.

NOS ESTADOS UNIDOS 2
Se a produtividade ficar na média de 20 anos (9.400 kg/ ha), a produção vai a 310 milhões de toneladas, e os preços recuam para US$ 3,50 por bushel. Mas se a produtividade voltar aos 10.100 kg/ha de 2004, a produção será de 330 milhões. Nesse caso, os preços ficam em US$ 3 em Chicago, tirando o Brasil do mercado externo.

TAXA NO ARROZ
O arroz importado -casca ou industrializado- pagará a Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura, que corresponde a R$ 0,33 por saca de 50 kg de arroz em casca. A taxa visa garantir condições iguais de competição entre o arroz importado e o produzido no Estado, que já paga, diz Maurício Fischer, presidente do Instituto Rio-grandense do Arroz.

NO VERMELHO
Fischer diz que o setor está no vermelho há três anos, mas que o cenário indica uma situação melhor para este ano. Para ele, a saída é a integração da cadeia produtiva. "Há muitos predadores no setor", sobrando a conta para os produtores.

CANA RECORDE
A safra 2007/8 (maio-abril) de cana do centro-sul deve atingir 420 milhões de toneladas, 13% a mais do que a anterior, segundo a Unica. Esse volume é recorde e está em linha com o que espera o mercado, afirma a Reuters. A produção de açúcar do centro-sul deve ser de 27,5 milhões de toneladas -25,8 milhões na safra anterior. Já a produção de álcool vai a 18,6 bilhões de litros, contra 15,9 bilhões em 2006/7.


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