São Paulo, Terça-feira, 25 de Maio de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Leilão de títulos testa "apetite" por juros

da Reportagem Local

O Tesouro Nacional vai testar o apetite do mercado de renda fixa hoje, em um leilão de títulos públicos.
Serão colocados à venda um lote de R$ 1 bilhão de LTNs (Letras do Tesouro Nacional) de 98 dias (prefixados de três meses) e um lote de R$ 2 bilhões de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) de 728 dias (pós-fixados de 24 meses).
Na última quinta-feira, o governo resolveu cancelar um leilão de LTNs de 91 dias (prefixadas). O mercado estava pedindo juros maiores do que o governo desejava pagar.
Posteriormente, o Tesouro decidiu cancelar também a venda de um lote de títulos de seis meses, que estava agendada para hoje.
O leilão de hoje (o primeiro desde que os juros caíram para 23,5% ao ano), se a tendência for mantida, pode ser cancelado novamente, segundo operadores.
A julgar pelo mercado futuro, o apetite dos investidores continua voraz. No mercado DI, os contratos para junho (com vencimento em julho) projetavam juros de 23,03% ao ano, no fechamento de ontem.
A taxa é 0,53 ponto percentual maior do que a de sexta-feira e somente 0,47 ponto percentual abaixo da taxa de juros do mercado (a Selic).
O mercado DI é formado por contratos futuros, lastreados em depósitos interfinanceiros. A taxa futura de 23,03% é a maior desde 12 de maio, quando registrou 24,03%.
A diferença é que, naquele dia, os juros de mercado ainda estavam em 29,5%.
Os investidores apostavam que havia espaço para uma queda de cerca de cinco pontos percentuais na taxa Selic.
A perspectiva agora é que os juros se mantenham, no mínimo, inalterados. Para os contratos de julho (vencimento em agosto), a taxa prevista é de 23,25%.
Desde o início da crise na Argentina, os juros no DI estão crescendo cerca de 0,50 ponto percentual por dia. Se mantida a tendência, hoje eles vão alcançar a taxa Selic.
O mercado futuro de câmbio também está pressionado. Para junho (contratos com vencimento em julho), o valor da moeda norte-americano está cotado em R$ 1,761, uma alta de 1,58% em relação a sexta-feira, e o maior patamar desde 27 de abril.
(MARCELO DIEGO)




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