da Reportagem Local

O ministro Celso Lafer (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) disse ontem que o governo vai lançar brevemente uma linha de crédito especial do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o aumento da competitividade do setor têxtil do país.
Lafer fez o anúncio na sede da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), em São Paulo, ao receber do presidente da entidade, Paulo Skaf, um diagnóstico sobre a indústria brasileira de produtos têxteis e vestuário.
O documento, "Desenvolvimento da Competitividade da Indústria Brasileira de Têxteis e do Vestuário", elaborado pela consultoria Gherzi, da Suíça, propõe o aumento das exportações do setor do nível atual de US$ 1,1 bilhão para US$ 4 bilhões, em 2002, e para US$ 6 bilhões, em 2005.
Prometendo apoio do BNDES à modernização da indústria têxtil, Lafer qualificou o setor de "prioritário" porque é importante tanto para a política industrial quanto para a política de comércio exterior, que, disse, "são as duas faces da mesma moeda".
Segundo o estudo da consultoria suíça, a indústria têxtil e de vestuário, representada por 22 mil empresas, teve faturamento de US$ 37 bilhões no ano passado.
As exportações alcançaram US$ 1,1 bilhão em 98, em comparação com o recorde histórico do setor, de US$ 1,5 bilhão, em 1992. As importações saltaram de US$ 500 milhões, em 1990, para US$ 1,9 bilhão, no ano passado.
Segundo o estudo, os investimentos necessários para a reestruturação do setor são de US$ 10,8 bilhões, nos próximos oito anos.
Paulo Skaf disse que o setor têxtil tem três prioridades: a auto-suficiência na produção de algodão (o país importa metade das 800 mil toneladas consumidas anualmente), o aumento das exportações e a ampliação do mercado interno ("o objetivo é ocupar o espaço das importações no mercado interno").


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