São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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Presidente nega ter conversado sobre "união latina"

DA ENVIADA AO RIO

O presidente Fernando Henrique Cardoso negou ontem que tivesse conversado com o presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, sobre a estratégia do país vizinho de unir as nações latino-americanos num esforço coletivo para impedir o contágio da crise daquele país sobre as demais economias da região.
"Eu converso com muita frequência com Duhalde", disse o presidente. "No caso, estávamos conversando sobre a Argentina. Nunca conversei sobre esse assunto [união latina"", afirmou Fernando Henrique.
O presidente reiterou que as turbulências econômicas enfrentadas pelo Brasil atualmente são "distintas" da crise econômica que afeta o vizinho ininterruptamente há mais de um ano e que levaram à deposição do ex-presidente Fernando de la Rúa, à troca sucessiva de presidentes na Argentina no final do ano passado e ao fim da paridade com o dólar.
Para reafirmar o que considera como "bases sólidas" da economia nacional, o presidente citou falas de Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), e Stanley Fischer, ex-vice-diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional) e vice-presidente do Citigroup. Os dois disseram que a crise brasileira é política.
"Há declarações (...) que mostram claramente que a situação econômica do Brasil é muito sólida. Nós não temos o mesmo problema que alguns outros países têm", disse.
Para ele, a questão está associada a preocupações político-eleitorais, e não a dúvidas sobre a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros.
Segundo o presidente, a recente turbulência econômica foi alimentada por pessoas que não conhecem o país. "Todos os que têm noção efetiva do que acontece no Brasil sabem que a situação financeira está sob controle", disse. (LEILA SUWWAN)


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