DE BUENOS AIRES

O vice-presidente do Banco Central da Argentina, Aldo Pignanelli, vai assumir a presidência da instituição em substituição a Mario Blejer, que entregou a carta de renúncia ontem.
A decisão foi confirmada pela assessoria da Casa Rosada após reunião entre o presidente Eduardo Duhalde e o ministro Roberto Lavagna (Economia) realizada na noite de ontem. A indicação do presidente ainda precisa ser aprovada pelo Senado.
Para Duhalde, Pignanelli seria o "sucessor natural" de Blejer. A decisão do presidente visa a agradar ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Blejer era o homem de confiança do FMI no governo e indicou Pignanelli como substituto. Lavagna foi obrigado a aceitar a indicação, mas tentava impor o nome de um aliado para o cargo e evitar novos conflitos com o BC. Entre os cotados, estavam dois funcionários do Ministério da Economia: Gabriel Rubinstein e Alberto Camarassa.
Duhalde, no entanto, também não achou conveniente aumentar a influência do ministério no BC, que na Argentina não é uma instituição sob controle do governo. Em sua carta de demissão, Blejer alertou o presidente sobre os riscos de reduzir a independência do banco, decisão que, segundo ele, poderia ter um impacto negativo na confiança do mercado. (JS)


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