São Paulo, domingo, 25 de agosto de 2002

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Ex-donos do Patagon criam banco popular

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vem aí mais um banco no Brasil. Apesar da crise financeira que o país enfrenta, os empresários argentinos Wenceslau Casares e Guillermo Kirchner, ex-proprietários do portal financeiro Patagon, inauguram em setembro as operações do novo Lemon Bank em 2.000 postos de atendimento no país. Não serão agências, mas farmácias, padarias ou supermercados que receberão o pagamento de contas de telefone, água e boletos bancários de todos os tipos.
A estratégia é atender à parcela da população que mora em municípios sem agências bancárias ou que não tem acesso a uma conta corrente por causa dos salários baixos. Gente que vive à margem do sistema financeiro. "Queremos movimentar cerca de R$ 50 milhões mensais até dezembro. Em janeiro, iremos oferecer cartões de crédito, que deverão movimentar R$ 150 milhões por mês até 2005", afirma Eduardo Brigagão, presidente do banco.
O banco também abrirá contas correntes, fundos de investimentos e poupança. O investimento no negócio é de US$ 40 milhões. O Lemon Bank está de olho em clientes com renda inferior a R$ 1.500 mensais.
O banco segue a trilha de instituições como a Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil e Bradesco. Quem deu o pontapé inicial nesse ramo foi o Banco do Brasil, em maio de 2001. "Hoje temos 29 empresas trabalhando conosco", afirma Sérgio Rau, gerente-executivo do banco. Cerca de R$ 800 milhões são movimentados por mês nesses estabelecimentos. No Estado do Rio de Janeiro, 33% das transações com boletos não passam mais por agências.
Cerca de 50 milhões de brasileiros com mais de 18 anos não têm hoje acesso a contas correntes bancárias. Por volta de 5 milhões vivem nos mil municípios sem nenhuma agência. Foi de olho nessa população que a CEF inaugurou em dezembro de 2001 seu programa de correspondentes bancários. A prioridade era entregar benefícios sociais, como aposentadorias e bolsas de alimentação.
Hoje 9.000 casas lotéricas também recebem contas de consumo e boletos. Em breve, cartórios abrirão contas correntes para a CEF.


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