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GÁS NATURAL
Vice de Morales tira poder de Soliz nas tratativas com Brasil
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Em mais uma tentativa de
resolver os impasses com a
Petrobras em torno da nacionalização do gás, o vice-presidente boliviano, Álvaro
García Linera, anunciou ontem a retomada das negociações com a estatal brasileira
após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na Bolívia, no entanto, o
ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, acusou a empresa de sabotar o
governo.
O número dois do governo
Evo Morales também informou ao Planalto que o tema
passará a ser tratado por
quatro ministros. Com isso, a
negociação deixa de ser exclusividade de Soliz Rada, de
longe o mais duro crítico da
Petrobras do gabinete do líder socialista.
Ontem, enquanto García
Linera buscava retomar o
diálogo, Soliz Rada acusou a
Petrobras de "recolher fundo
para promover o fracasso da
nacionalização".
Na quarta-feira, o ministro
dos Hidrocarbonetos foi
censurado pelo Senado, controlado pela oposição, pela
falta de avanços na nacionalização. Morales o ratificou
no cargo.
Agora, Soliz Rada compartilhará a tarefa com ministros mais moderados. São
eles Juan Ramon Quintana
(Presidência), Carlos Villegas (Planejamento) e Luis
Arce (Fazenda).
"O tema central do nosso
encontro foi o tema energético. Definimos que é necessário reiniciar de maneira imediata o tratamento dos diferentes temas de interesse no
âmbito energético que estavam suspensos ou atrasados
nos últimos meses", disse
García Linera em entrevista
coletiva concedida no Palácio do Itamaraty.
"Informamos tanto ao
presidente como aos ministros da Casa Civil [Dilma
Rousseff] e de Minas e Energia [Silas Rondeau] que esse
trabalho de retomar o diálogo e os acordos em torno do
tema energético, acompanharão outros ministros",
disse García. Segundo ele, o
motivo não é tirar poder de
Soliz Rada, mas "reforçar e
acelerar" as negociações.
Além de Lula, García Linera se reuniu com o assessor
internacional, Marco Aurélio Garcia, os ministros Silas
Rondeau e Dilma Rousseff e
o presidente da Petrobras,
José Sérgio Gabrielli.
As negociações com a Petrobras sobre o decreto de
nacionalização, assinado em
1º de maio, estão paralisadas
há dois meses, sem nenhum
acordo. A negociação sobre o
preço do gás foi estendida até
11 de outubro.
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