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Bolsa fecha com alta de 9,14% na semana
Foi a melhor semana da Bovespa desde 2002, mas ela ainda acumula perda de 8,7% desde início da crise, há um mês
Dólar recua 4% na semana; dado positivo do mercado
imobiliário dos EUA animou
mercado ontem, com Bolsa
fechando dia em alta de 2%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A recuperação deu o tom no
mercado nesta semana. A Bolsa
de Valores de São Paulo acumulou forte valorização de
9,14% no período, enquanto o
dólar recuou 4,09%, fechando
ontem a R$ 1,944.
Para a Bovespa, esta foi a melhor semana desde outubro de
2002. Das 60 ações que compõem o índice Ibovespa, o mais
relevante da Bolsa, 55 terminaram a semana com valorização
acumulada.
Analistas advertem, porém,
que ainda não é possível prever
o final das turbulências e esperam mais volatilidade.
No pregão de ontem, a Bovespa fechou na máxima do dia,
com elevação de 2,22%. Mas,
desde o início da crise que afeta
os mercados financeiros globais, que ontem completou um
mês, a Bovespa ainda apresenta
queda acumulada de 8,68%.
Dados econômicos divulgados nos EUA foram fundamentais para os mercados terminarem ontem com novos ganhos.
O índice Dow Jones, da Bolsa
de Nova York, subiu 1,08% ontem e 2,29% na semana. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve alta
de 1,38% no pregão de ontem.
O resultado das vendas de
imóveis residenciais novos nos
EUA deixou os investidores
mais otimistas. O Departamento de Comércio divulgou que,
em julho, as vendas desse segmento imobiliário subiram
2,8%, embora muitos analistas
previssem uma queda no indicador.
Outro dado considerado animador mostrou ampliação de
5,9% -bem acima das projeções- nas encomendas de bens
duráveis nos EUA em julho, especialmente por ter vindo em
um momento em que são grandes os temores dos efeitos negativos da atual crise no desempenho da economia.
Os mercados acionários da
Europa também encerraram o
último pregão da semana em
alta -com exceção de Frankfurt, que recuou 0,06%. Londres teve alta de 0,37%. Em Paris, a valorização da Bolsa foi de
0,83%.
"Após uma semana relativamente calma e bem positiva para o mercado acionário mundial e, conseqüentemente, local, a próxima semana deve
apresentar maior volatilidade.
A atenção será para a forte
agenda econômica prevista para os Estados Unidos, com destaque para os dados do mercado imobiliário e inflacionário",
afirma Júlio Martins, diretor
da Prosper Gestão de Recursos.
O risco-país cravou 200 pontos ontem, com recuo de 3,38%.
A semana menos tensa se refletiu também nas taxas futuras
de juros. Em um dos contratos
mais negociados na BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros), o DI que vence daqui a 30
meses, a taxa caiu de 12,03% na
sexta passada para 11,85%
anuais ontem.
A piora do mercado e a elevação dos juros futuros fizeram
com que o mercado brasileiro
passasse a discutir se ainda seria oportuno o Copom (Comitê
de Política Monetária) reduzir
a taxa básica de juros, que está
em 11,5% ao ano. O Copom se
reunirá entre o dias 4 e 5 de setembro.
Há um mês, o mercado financeiro global tem sofrido com
pregões de forte instabilidade
devido à crise que se abateu sobre o setor de crédito imobiliário americano de alto risco. O
temor maior é o de essa crise localizada se espalhar, afetando o
sistema financeiro e, conseqüentemente, o desempenho
da economia real.
Na busca por papéis que haviam perdido valor de forma
exagerada nesse período de crise, os investidores foram às
compras e fizeram com que algumas ações tivessem alta impressionante na semana.
No topo ficou a ação ordinária da Cyrela Commercial Properties, que disparou 40,95%
na semana. A empresa tem participações em shoppings, prédios comerciais e galpões e suas
ações estrearam no Novo Mercado da Bovespa há duas semanas, no meio da crise.
Ações de outros segmentos
também tiveram destaque, como Brasil Telecom Participações PN (alta de 24,53% no período), Cesp PNB (16,07%) e
Souza Cruz ON (15,86%).
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