São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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TRABALHO

Após dois meses de queda, taxa passa para 18,3% , dizem Seade e Dieese

Desemprego volta a crescer em SP

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de três meses consecutivos em queda, a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo voltou a registrar alta no mês passado.
De acordo com pesquisa da Fundação Seade e do Dieese, o nível de desemprego passou de 18,1% da população economicamente ativa (PEA) em julho para 18,3% em agosto.
A explicação para a variação positiva no desemprego, ainda que pequena, é que o saldo de postos criados não foi suficiente para cobrir o contingente de pessoas que entrou no mercado de trabalho.
No mês passado foram gerados 12 mil postos e 38 mil pessoas passaram a fazer parte da "força de trabalho", o que resultou em 26 mil desempregados a mais.
Segundo a pesquisa, há na área metropolitana de São Paulo 1,736 milhão de desempregados numa população economicamente ativa de 9,485 milhões de pessoas.
A indústria despontou como o maior responsável pela menor oferta de postos de trabalho. Em agosto, foram eliminados 28 mil postos no setor industrial. Esse setor foi o que criou mais vagas em julho: das 98 mil ofertadas no mês, 43 mil saíram da indústria.
A queda no nível de emprego da indústria e dos serviços foi compensada, em parte, pela criação de 25 mil postos no comércio e de 24 mil em outros setores (por exemplo, a construção civil).
""Não teria como o mercado de trabalho ir bem quando todo o resto vai mal", disse Sérgio Mendonça, coordenador-técnico do Dieese. As perspectivas para os próximos meses tampouco são alentadoras. ""Pode até ser que [o desemprego" fique estabilizado. Mas desemprego estabilizado no segundo semestre é ruim porque sazonalmente é um período de maior geração de empregos."

Salários
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados na região metropolitana também apresentou queda, após manter-se estável por dois meses seguidos.
Segundo a Seade/Dieese, em julho o rendimento médio dos trabalhadores ocupados caiu 2,9% e passou a representar o equivalente a R$ 831 por mês.


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