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Agências esperam um avanço entre 3% e 5%
Anunciantes voltam à mídia, mas a expectativa é crescer pouco em 2003
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A empresa japonesa Sharp deve
voltar a anunciar seus produtos
no país no próximo trimestre,
após o desaparecimento da marca
no mercado. A Volkswagen se
prepara para colocar na praça o
Fox, o novo carro da marca, com
lançamento previsto para novembro. Ações de grandes anunciantes começam a pipocar no mercado na esteira da expectativa de
melhora no humor da economia.
Publicitários e anunciantes ouvidos ontem esperam um aumento real de 3% a 5% no investimento em mídia neste ano, próximo
ao crescimento verificado no ano
passado, que atingiu 3,3%.
"Os primeiros oito meses do
ano foram péssimos. Estamos [o
mercado está] há três anos patinando, com expansão na casa de
um dígito", diz Mauro Sato, gerente geral de atendimento da Talent, agência de publicidade.
Agora, há uma expectativa de
que os projetos de empresas que
já pretendiam entrar na mídia no
último trimestre saiam de forma
definitiva da gaveta a partir de outubro. Mas não há perspectivas de
que isso possa fazer o setor crescer dois dígitos em 2003.
"Não há relatos dramáticos por
parte de clientes ou agências. O
que existe é um mercado com expansão vegetativa, ou seja, com
crescimento muito pequeno há
pelo menos três anos", diz Ivan
Marques, gerente geral da agência
F/Nazca Saatchi & Saatchi.
Para ele, o mercado deve ter elevação real em volume de investimentos de 3% a 5%.
Dados já finalizados mostram
que nos sete primeiros meses do
ano, o total aplicado alcançou R$
12 bilhões e, em igual período de
2002, R$ 10,9 bilhões. Isso representa um aumento nominal de
10% no volume. Descontada a inflação, há ligeira perda. Os números são do Ibope Monitor.
Crescimento vegetativo
No ano passado, a expansão nominal do setor foi de 15,8% -a
verba de mídia investida passou
de R$ 17 bilhões em 2001 para R$
19,7 bilhões em 2002. Mas o crescimento real foi de 3,3% - descontada a inflação e a política de
descontos nos preços oferecidos
pelas agências.
Entre os casos de novos investimentos que começam a apontar
no mercado está o da Sharp, multinacional de eletrônicos. O grupo
tinha uma parceria com a sua co-irmã no país, a Sharp do Brasil.
Essa faliu há três anos.
Agora, a empresa estrangeira
pensa em importar, em maiores
volumes, produtos para o país. A
F/Nazca deve cuidar da campanha da marca.
Analistas aguardam uma nova
injeção de capital de empresas do
setor eletrônico por conta das últimas medidas tomadas pelo governo Lula. Na última semana foi
anunciada uma injeção de crédito
de R$ 400 milhões para compra
de eletrodomésticos.
Mais exemplos podem ser encontrados no varejo, setor em que
as campanhas tomam conta do
horário nobre da televisão.
O grupo Sonae, proprietário da
rede de hipermercados BIG (e que
não está na lista dos principais investidores em marketing no setor), planeja investir R$ 36 milhões em mídia, no período de um
ano, para reforçar a imagem da
rede. É o maior investimento já
feito pela cadeia. Vai concorrer
com Extra e Carrefour, que já travam batalhas na mídia há meses.
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