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Crédito chega a 33% do PIB, o maior desde 97
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O volume de crédito oferecido pelos bancos no Brasil
atingiu o maior nível em nove anos, de acordo com os dados do Banco Central. No
mês passado, o saldo de empréstimos chegou a R$ 682,9
bilhões, cifra equivalente a
33% do PIB (Produto Interno Bruto). Essa proporção
não era tão alta desde outubro de 1997.
Ainda assim, a oferta de financiamentos é baixa quando comparada com outros
países. Após o anúncio desses números, a Febraban
(Federação Brasileira dos
Bancos) divulgou uma nota
em que afirma que os recolhimentos compulsórios fixados pelo BC impedem uma
expansão mais consistente
do crédito.
Compulsório é o nome dado à parcela dos depósitos de
seus clientes que os bancos
são obrigados a recolher no
BC. Do saldo total mantido
em contas correntes, por
exemplo, 53% ficam parados
no BC. O mecanismo é usado
para controlar o volume de
dinheiro em circulação no
país -em tese, um excesso
de dinheiro poderia levar a
uma alta da inflação.
"O Brasil é praticamente o
único país do mundo a utilizar tão drasticamente esse
instrumento, em nível muito
superior ao de outros países
emergentes", afirma a nota
da Febraban.
Utilizando dados do FMI
(Fundo Monetário Internacional), a entidade afirma
que os 53% de recolhimento
cobrado nos depósitos à vista
colocam o Brasil no primeiro
lugar do ranking do compulsório. O segundo colocado é a
Colômbia, com 13%.
Pouca oferta
Ainda segundo a Febraban, mesmo em países emergentes a relação entre crédito e PIB é maior -no Chile,
ela está em 61%. No Brasil, as
freqüentes reestruturações
sofridas pelo setor bancário
ajudam a explicar a pouca
oferta de empréstimos.
Isso porque, ao longo dos
anos, bancos que quebraram
e que foram sendo socorridos por programas oficiais,
como o Proer, tiveram suas
carteiras de crédito excluídas das estatísticas do Banco
Central. No ano de 1995, antes de uma série de programas de ajuda aos bancos, a
relação entre crédito e o PIB
chegou a 37%.
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