São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crédito chega a 33% do PIB, o maior desde 97

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O volume de crédito oferecido pelos bancos no Brasil atingiu o maior nível em nove anos, de acordo com os dados do Banco Central. No mês passado, o saldo de empréstimos chegou a R$ 682,9 bilhões, cifra equivalente a 33% do PIB (Produto Interno Bruto). Essa proporção não era tão alta desde outubro de 1997.
Ainda assim, a oferta de financiamentos é baixa quando comparada com outros países. Após o anúncio desses números, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) divulgou uma nota em que afirma que os recolhimentos compulsórios fixados pelo BC impedem uma expansão mais consistente do crédito.
Compulsório é o nome dado à parcela dos depósitos de seus clientes que os bancos são obrigados a recolher no BC. Do saldo total mantido em contas correntes, por exemplo, 53% ficam parados no BC. O mecanismo é usado para controlar o volume de dinheiro em circulação no país -em tese, um excesso de dinheiro poderia levar a uma alta da inflação.
"O Brasil é praticamente o único país do mundo a utilizar tão drasticamente esse instrumento, em nível muito superior ao de outros países emergentes", afirma a nota da Febraban.
Utilizando dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), a entidade afirma que os 53% de recolhimento cobrado nos depósitos à vista colocam o Brasil no primeiro lugar do ranking do compulsório. O segundo colocado é a Colômbia, com 13%.

Pouca oferta
Ainda segundo a Febraban, mesmo em países emergentes a relação entre crédito e PIB é maior -no Chile, ela está em 61%. No Brasil, as freqüentes reestruturações sofridas pelo setor bancário ajudam a explicar a pouca oferta de empréstimos.
Isso porque, ao longo dos anos, bancos que quebraram e que foram sendo socorridos por programas oficiais, como o Proer, tiveram suas carteiras de crédito excluídas das estatísticas do Banco Central. No ano de 1995, antes de uma série de programas de ajuda aos bancos, a relação entre crédito e o PIB chegou a 37%.


Texto Anterior: "Spread" bancário volta a subir após 8 meses
Próximo Texto: Taxa de juros menor para aposentados é criticada por bancos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.