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MERCADO FINANCEIRO
Com feriado nos EUA, preocupação será com rolagem de títulos, nomes do novo governo e índices de preço
Dívida, equipe e inflação norteiam semana
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado doméstico deve monopolizar as atenções dos investidores nesta semana. Notícias sobre a rolagem da dívida pública, a
nova equipe econômica e a inflação estão entre as principais preocupações.
Sem a referência dos ADRs
(American Depositary Receipts),
certificados de depósitos de ações
negociadas nos Estados Unidos,
em razão de feriado norte-americano, a Bolsa deve ficar sem volume, segundo analistas.
O Dia de Ação de Graças será
comemorado na quinta-feira,
mas, na véspera, as Bolsas norte-americanas fecharão mais cedo
do que o habitual.
Na sexta-feira, informam analistas, o movimento deve ficar
muito esvaziado porque esse é
um dos feriados mais respeitados
naquele país.
"Sem investidores importantes,
o volume da Bovespa fica prejudicado", diz Jorge Simino, diretor-executivo da Unibanco Asset Management (UAM).
A Bovespa (Bolsa de Valores de
São Paulo) acumulou alta na semana de 5,3%.
Para uma corrente de analistas,
o movimento de alta na Bolsa pode continuar nos próximos dias,
que coincidem com o fechamento
do mês.
"Com volume mais estreito, se
alguém quiser melhorar o desempenho da carteira no período, é
mais fácil", afirma Simino.
Na sexta-feira, gestores comentavam que há um "estado psicológico positivo".
Na quarta-feira, como a Bovespa já vinha com alta de vários
dias, uma realização de lucros seria esperada ante uma notícia negativa, mas isso não aconteceu.
Nomes
A negativa de José Dirceu, presidente do PT, aos rumores de que
Armínio Fraga seria mantido no
comando do Banco Central fez a
Bolsa cair 0,7%. A recuperação
veio depois, com a confirmação
da expectativa do mercado de alta
na taxa básica de juros.
O bom humor na Bovespa pode
durar até o anúncio do futuro presidente do Banco Central, que, se
especula, poderá ser no dia 6 de
dezembro, em tempo suficiente
de tomar posse em janeiro, afirmam analistas.
Dívida
Para o dólar, a expectativa não é
tão clara. A rolagem de US$ 2,3 bilhões da dívida pública atrelada
ao dólar com vencimento no próximo dia 2 de dezembro deve definir a tendência para a moeda
norte-americana.
O Banco Central anunciou que
hoje vai oferecer até 19.100 contratos, a primeira parcela da rolagem
do vencimento de swap cambial.
Se a autoridade monetária não
conseguir vender uma parte significativa desses lotes, a pressão
sobre o dólar pode crescer.
"As próximas rolagens serão
complicadas porque já avançam
para o próximo governo", afirma
Simino.
Preços
Na agenda, por conta da alta do
IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que foi de 0,66% para
2,07%, destaque para os índices
de inflação.
Amanhã sai o IPCA-15 (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo-15) de novembro, com expectativa de subir para 1,95%, em
parte em razão do reajuste dos
preços dos combustíveis.
Pressionado pelo mesmo reajuste, o IPC da Fipe, da terceira
quadrissemana do mês, que será
divulgado na quarta-feira, pode
chegar a 2% de alta, segundo a
previsão do mercado.
E na quinta sai o IGP-M (Índice
Geral de Preços de Mercado) de
novembro, que tem previsão de
ultrapassar 4%. O último índice
registrou alta de 3,87%.
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