São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Com feriado nos EUA, preocupação será com rolagem de títulos, nomes do novo governo e índices de preço

Dívida, equipe e inflação norteiam semana

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado doméstico deve monopolizar as atenções dos investidores nesta semana. Notícias sobre a rolagem da dívida pública, a nova equipe econômica e a inflação estão entre as principais preocupações.
Sem a referência dos ADRs (American Depositary Receipts), certificados de depósitos de ações negociadas nos Estados Unidos, em razão de feriado norte-americano, a Bolsa deve ficar sem volume, segundo analistas.
O Dia de Ação de Graças será comemorado na quinta-feira, mas, na véspera, as Bolsas norte-americanas fecharão mais cedo do que o habitual.
Na sexta-feira, informam analistas, o movimento deve ficar muito esvaziado porque esse é um dos feriados mais respeitados naquele país.
"Sem investidores importantes, o volume da Bovespa fica prejudicado", diz Jorge Simino, diretor-executivo da Unibanco Asset Management (UAM).
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) acumulou alta na semana de 5,3%.
Para uma corrente de analistas, o movimento de alta na Bolsa pode continuar nos próximos dias, que coincidem com o fechamento do mês.
"Com volume mais estreito, se alguém quiser melhorar o desempenho da carteira no período, é mais fácil", afirma Simino.
Na sexta-feira, gestores comentavam que há um "estado psicológico positivo".
Na quarta-feira, como a Bovespa já vinha com alta de vários dias, uma realização de lucros seria esperada ante uma notícia negativa, mas isso não aconteceu.

Nomes
A negativa de José Dirceu, presidente do PT, aos rumores de que Armínio Fraga seria mantido no comando do Banco Central fez a Bolsa cair 0,7%. A recuperação veio depois, com a confirmação da expectativa do mercado de alta na taxa básica de juros.
O bom humor na Bovespa pode durar até o anúncio do futuro presidente do Banco Central, que, se especula, poderá ser no dia 6 de dezembro, em tempo suficiente de tomar posse em janeiro, afirmam analistas.

Dívida
Para o dólar, a expectativa não é tão clara. A rolagem de US$ 2,3 bilhões da dívida pública atrelada ao dólar com vencimento no próximo dia 2 de dezembro deve definir a tendência para a moeda norte-americana.
O Banco Central anunciou que hoje vai oferecer até 19.100 contratos, a primeira parcela da rolagem do vencimento de swap cambial. Se a autoridade monetária não conseguir vender uma parte significativa desses lotes, a pressão sobre o dólar pode crescer.
"As próximas rolagens serão complicadas porque já avançam para o próximo governo", afirma Simino.

Preços
Na agenda, por conta da alta do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que foi de 0,66% para 2,07%, destaque para os índices de inflação.
Amanhã sai o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) de novembro, com expectativa de subir para 1,95%, em parte em razão do reajuste dos preços dos combustíveis.
Pressionado pelo mesmo reajuste, o IPC da Fipe, da terceira quadrissemana do mês, que será divulgado na quarta-feira, pode chegar a 2% de alta, segundo a previsão do mercado.
E na quinta sai o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) de novembro, que tem previsão de ultrapassar 4%. O último índice registrou alta de 3,87%.


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