São Paulo, domingo, 25 de novembro de 2007

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Expansão acirra disputa no varejo on-line

Faturamento do setor neste ano deve chegar a R$ 6,4 bilhões, com aumento da penetração da internet no país

Natal aumenta em 220% as vendas do último trimestre; lojas virtuais concedem crédito parcelado sem juros e descontos especiais

JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

Neste Natal, Extra, Ponto Frio, Americanas, Submarino, entre outros, usarão a internet como arma na disputa contra Casas Bahia, Carrefour e Wal-Mart -que não possuem lojas virtuais.
Segundo o e-bit, um instituto de pesquisa de mercado, as lojas virtuais disputam um mercado de R$ 1 bilhão, montante 45% maior que o do mesmo período do ano passado.
Para ter uma idéia, a previsão de venda de todo o setor para 2007 é de R$ 6,4 bilhões, contra R$ 4,4 bilhões em 2006.
"O Natal aumenta em 220% as vendas do último trimestre", afirma Cláudio Felisoni de Angelo, coordenador do Provar (Programa de Administração do Varejo), ligado à USP.
Estima-se que esse montante represente 2% do faturamento do varejo, incluindo as empresas que não têm lojas virtuais. É pouco, mas o que interessa é o valor de cada compra. "Em média, ele é de R$ 300", afirma Pedro Guasti, diretor do e-bit. "É bastante alto."
Segundo ele, os consumidores darão preferência às lojas virtuais na hora de comprar principalmente equipamentos eletrônicos e de informática. Isso porque na internet eles encontrarão produtos inexistentes nas lojas do mundo real.
Além disso, as lojas virtuais já estão concedendo crédito parcelado sem juros, descontos especiais para alguns produtos, promoções e até brindes.
O Extra terá 13 mil produtos à venda no site, contra os atuais 8.000 até o final do ano. "Outro diferencial será a venda em até 12 vezes sem juros", afirma Caio Mattar, diretor de investimentos do grupo Pão de Açúcar, ao qual pertence o Extra.
Até o estreante Vendapontocom, do grupo Palmarium, entrou nessa disputa. O site, que antes só atendia empresas, agora colocou à disposição 60 mil itens para consumidores finais. "Queremos ser uma alternativa", afirma o diretor-geral Daniel Pellegrini.

Antecedentes
Vários motivos explicam essa explosão das vendas. Segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), os brasileiros deverão comprar 11 milhões de computadores até o final deste ano, graças à redução de impostos concedida ao setor de informática pelo governo e ao aumento do crédito pelos varejistas. Resultado: 18% dos brasileiros estão conectados à internet. Em 2006, eles eram 15%.
Outro fator decisivo foi o crescimento da renda média da população. Uma pesquisa feita pelo Provar, em parceria com a Canal Varejo, indica que um aumento de R$ 1 na renda aquece em 0,65% as vendas.
Além disso, os preços dos produtos na internet tiveram uma queda de quase 7% neste mês.
"Isso devido principalmente à queda do dólar, que jogou o preço dos produtos, especialmente o de eletrônicos, para baixo", diz Felisoni.
Segundo ele, a maior oferta de crédito também pesa. A cada 1% de aumento do prazo de pagamento (em dias), as vendas crescem 0,49%.
Não é à toa que as redes tradicionais estão avaliando suas metas. Amanhã, a rede Magazine Luiza irá inaugurar um grande centro de distribuição em Louveira (interior paulista), para atender as novas lojas em São Paulo, após a compra dos pontos da Kolumbus.
A Folha apurou que está sendo traçado um novo plano para utilizar o centro de distribuição no abastecimento de uma loja virtual, que será reforçada para o próximo ano. O projeto do Magazine Luiza será acompanhado por uma consultoria americana. Analistas do mercado eletrônico afirmam que São Paulo responde por 35% das vendas realizadas pela internet.
Também para o próximo ano, Wal-Mart, Carrefour e Casas Bahia deverão entrar nesse jogo. O Wal-Mart é o que está em estágio mais avançado. A rede já teria fechado contrato com uma grande empresa de tecnologia que dará suporte a suas vendas pela internet.


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