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Expansão acirra disputa no varejo on-line
Faturamento do setor neste ano deve chegar a R$ 6,4 bilhões, com aumento da penetração da internet no país
Natal aumenta em 220% as vendas do último trimestre; lojas virtuais concedem crédito parcelado sem
juros e descontos especiais
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
Neste Natal, Extra, Ponto
Frio, Americanas, Submarino,
entre outros, usarão a internet
como arma na disputa contra
Casas Bahia, Carrefour e Wal-Mart -que não possuem lojas
virtuais.
Segundo o e-bit, um instituto
de pesquisa de mercado, as lojas virtuais disputam um mercado de R$ 1 bilhão, montante
45% maior que o do mesmo período do ano passado.
Para ter uma idéia, a previsão
de venda de todo o setor para
2007 é de R$ 6,4 bilhões, contra
R$ 4,4 bilhões em 2006.
"O Natal aumenta em 220%
as vendas do último trimestre",
afirma Cláudio Felisoni de Angelo, coordenador do Provar
(Programa de Administração
do Varejo), ligado à USP.
Estima-se que esse montante
represente 2% do faturamento
do varejo, incluindo as empresas que não têm lojas virtuais. É
pouco, mas o que interessa é o
valor de cada compra. "Em média, ele é de R$ 300", afirma Pedro Guasti, diretor do e-bit. "É
bastante alto."
Segundo ele, os consumidores darão preferência às lojas
virtuais na hora de comprar
principalmente equipamentos
eletrônicos e de informática.
Isso porque na internet eles encontrarão produtos inexistentes nas lojas do mundo real.
Além disso, as lojas virtuais já
estão concedendo crédito parcelado sem juros, descontos especiais para alguns produtos,
promoções e até brindes.
O Extra terá 13 mil produtos
à venda no site, contra os atuais
8.000 até o final do ano. "Outro
diferencial será a venda em até
12 vezes sem juros", afirma
Caio Mattar, diretor de investimentos do grupo Pão de Açúcar, ao qual pertence o Extra.
Até o estreante Vendapontocom, do grupo Palmarium, entrou nessa disputa. O site, que
antes só atendia empresas, agora colocou à disposição 60 mil
itens para consumidores finais.
"Queremos ser uma alternativa", afirma o diretor-geral Daniel Pellegrini.
Antecedentes
Vários motivos explicam essa
explosão das vendas. Segundo a
Abinee (Associação Brasileira
da Indústria Elétrica e Eletrônica), os brasileiros deverão
comprar 11 milhões de computadores até o final deste ano,
graças à redução de impostos
concedida ao setor de informática pelo governo e ao aumento
do crédito pelos varejistas. Resultado: 18% dos brasileiros estão conectados à internet. Em
2006, eles eram 15%.
Outro fator decisivo foi o
crescimento da renda média da
população. Uma pesquisa feita
pelo Provar, em parceria com a
Canal Varejo, indica que um
aumento de R$ 1 na renda
aquece em 0,65% as vendas.
Além disso, os preços dos
produtos na internet tiveram
uma queda de quase 7% neste
mês.
"Isso devido principalmente
à queda do dólar, que jogou o
preço dos produtos, especialmente o de eletrônicos, para
baixo", diz Felisoni.
Segundo ele, a maior oferta
de crédito também pesa. A cada
1% de aumento do prazo de pagamento (em dias), as vendas
crescem 0,49%.
Não é à toa que as redes tradicionais estão avaliando suas
metas. Amanhã, a rede Magazine Luiza irá inaugurar um
grande centro de distribuição
em Louveira (interior paulista), para atender as novas lojas
em São Paulo, após a compra
dos pontos da Kolumbus.
A Folha apurou que está
sendo traçado um novo plano
para utilizar o centro de distribuição no abastecimento de
uma loja virtual, que será reforçada para o próximo ano. O
projeto do Magazine Luiza será
acompanhado por uma consultoria americana. Analistas do
mercado eletrônico afirmam
que São Paulo responde por
35% das vendas realizadas pela
internet.
Também para o próximo
ano, Wal-Mart, Carrefour e Casas Bahia deverão entrar nesse
jogo. O Wal-Mart é o que está
em estágio mais avançado. A
rede já teria fechado contrato
com uma grande empresa de
tecnologia que dará suporte a
suas vendas pela internet.
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