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Para Lula, caso passa imagem positiva do país
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em 2008, um emissário
da área econômica do governo brasileiro que conversou com a direção do
Citibank em Nova York levou ao presidente Lula a
mensagem de que o banco
desejava vender ao governo brasileiro uma parte de
seu capital. Segundo a Folha apurou, Lula não deu
muito atenção à oferta,
apesar das boas relações
do Citi com o PT e a administração lulista.
A ideia seria encontrar
uma forma de o Banco do
Brasil, interessado em ampliar presença internacional, ou de o BNDES comprar uma parcela do banco. Até fundos de pensão
de estatais que tiveram negócio com o Citi, como a
Previ (do Banco do Brasil),
foram aventados pelo banco americano como possíveis compradores.
Mas avaliação econômica preliminar de Lula e auxiliares foi julgar a oferta
mau negócio. Na época, a
situação dos bancos americanos assustava.
Para descartar a operação sem mais estudos no
governo, pesou também o
clima político. Um auxiliar
de Lula disse que o governo não teria como explicar
o negócio à opinião pública. Bancos pequenos e médios estavam em dificuldade. Empresas brasileiras
necessitavam de crédito. E
havia ações prioritárias
para combater o súbito aumento desemprego.
A revelação do ministro
Edison Lobão reflete comentários de Lula em reuniões reservadas nos quais
ele se gaba de que o Brasil
sofreu menos do que outros países e saiu antes da
crise. Para Lula, revelar isso agora transmite imagem positiva, pois o Brasil
recusou parte de um banco americano muito simbólico -que deteve durante muito tempo parte da
dívida externa brasileira.
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