São Paulo, quarta-feira, 25 de novembro de 2009

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Para Lula, caso passa imagem positiva do país

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em 2008, um emissário da área econômica do governo brasileiro que conversou com a direção do Citibank em Nova York levou ao presidente Lula a mensagem de que o banco desejava vender ao governo brasileiro uma parte de seu capital. Segundo a Folha apurou, Lula não deu muito atenção à oferta, apesar das boas relações do Citi com o PT e a administração lulista.
A ideia seria encontrar uma forma de o Banco do Brasil, interessado em ampliar presença internacional, ou de o BNDES comprar uma parcela do banco. Até fundos de pensão de estatais que tiveram negócio com o Citi, como a Previ (do Banco do Brasil), foram aventados pelo banco americano como possíveis compradores.
Mas avaliação econômica preliminar de Lula e auxiliares foi julgar a oferta mau negócio. Na época, a situação dos bancos americanos assustava.
Para descartar a operação sem mais estudos no governo, pesou também o clima político. Um auxiliar de Lula disse que o governo não teria como explicar o negócio à opinião pública. Bancos pequenos e médios estavam em dificuldade. Empresas brasileiras necessitavam de crédito. E havia ações prioritárias para combater o súbito aumento desemprego.
A revelação do ministro Edison Lobão reflete comentários de Lula em reuniões reservadas nos quais ele se gaba de que o Brasil sofreu menos do que outros países e saiu antes da crise. Para Lula, revelar isso agora transmite imagem positiva, pois o Brasil recusou parte de um banco americano muito simbólico -que deteve durante muito tempo parte da dívida externa brasileira.


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