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Rentabilidade é
maior do que nos
Estados Unidos
DA REPORTAGEM LOCAL
A rentabilidade das empresas brasileiras atingiu níveis recordes desde 2003, o
que ajuda a explicar o aumento das remessas de lucros e dividendos. Em 2006,
no acumulado em 12 meses
até setembro -data dos últimos balanços- a rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 18,4%, em
média, segundo levantamento feito pela Economática
para a Folha.
Nos últimos quatro anos
(2003-2006) a rentabilidade
média das empresas brasileiras com ações em Bolsa superou a de empresas similares dos EUA e equiparou-se
às do México. "Essa rentabilidade elevada é resultado
dos enormes lucros obtidos
pelas empresas de capital
aberto", diz Fernando Exel,
sócio da Economática.
Segundo Exel, até 2002 a
rentabilidade média dessas
empresas ficava abaixo de
10% ao ano. Desde 2003, a
ROE disparou puxada pelas
empresas exportadoras, as
de mineração, de siderurgia
e de petróleo devido ao aumento dos preços internacionais das commodities.
A rentabilidade do setor financeiro também cresceu,
atingindo 24,1% em setembro deste ano, impulsionada
pela expansão da área de crédito. Mas Exel diz que a alta
rentabilidade deve ser vista
com reservas. "O resultado
das empresas não financeiras também foi turbinado
pela valorização do real que
reduziu suas dívidas e aumentou o lucro", observa.
Para Exel, é difícil afirmar
que o Brasil é atraente para o
investimento estrangeiro
com base na rentabilidade
das empresas locais. "Se o
país fosse atraente para investimentos não teria saído
tanto dinheiro na forma de
dividendos. As empresas teriam reinvestido nos seus
negócios", acrescenta.
A fatia do lucro distribuída
aos acionistas na forma de
dividendos (pay-out) pulou
de 42,7% em 2002, para
48,5% em 2005, segundo dados da Economática. Não há
estatísticas de quanto as empresas reinvestiram no país.
"Acredita-se que a maior
parte do lucro é reinvestida",
diz Octavio de Barros, do
Bradesco.
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