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Imóveis e bancos são apostas da Bovespa
Ações desses setores e de infra-estrutura devem ser bom investimento; analistas estimam alta de 20%
Renato Stockler - 29.nov.06/Folha Imagem
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Prédio na região de Santana; setor deve ser destaque em 2007 |
JULIANA SIQUEIRA
DA REUTERS
A Bolsa de Valores de São
Paulo deve ser um dos melhores investimentos no país em
2007, segundo analistas, que
vêem potencial de valorização
de cerca de 20%.
Os destaques devem ser os
setores imobiliário e de infra-estrutura, diante da expectativa de medidas do governo para
estimular o crescimento.
Os bancos também devem se
beneficiar desse movimento e
são quase unanimidade entre
os setores indicados por analistas. Bastante citados também
são os segmentos de mineração, varejo e alimentos. Já o setor de energia é apontado com
ressalvas.
"O cenário que a gente traça
[para 2007] é de um ano parecido com 2006: positivo para
mercados emergentes e a economia brasileira, com a economia internacional se desacelerando de forma suave, o que garante fluxo de recursos para os
emergentes", diz Álvaro Bandeira, diretor da Ágora Senior
CTVM e presidente da Apimec
(Associação dos Analistas e
Profissionais de Investimentos
do Mercado de Capitais).
O principal indicador da Bolsa paulista, o Ibovespa, acumula ganho de cerca de 30% em
2006, com nível recorde acima
de 44 mil pontos. O impulso
veio principalmente da queda
dos juros, atualmente em
13,25% ao ano, e do cenário externo relativamente tranqüilo.
Desde 2003, a alta do Ibovespa é de cerca de 280%, enquanto o volume médio diário saltou
de R$ 818 milhões para R$ 2,4
bilhões, evidenciando o maior
apetite por ações. Contribuiu
para o bom desempenho do índice o número recorde de ofertas públicas de ações -mais de
R$ 30 bilhões neste ano.
"Com a continuidade da queda dos juros, a perspectiva de o
Brasil virar "investment grade"
nos próximos anos e a persistente liquidez internacional, a
Bolsa deve manter papel de
destaque", afirmaram o estrategista da Corretora Itaú Tomás Awad e o diretor de pessoas físicas Júlio Ziegelmann.
Luiz Antônio Vaz das Neves,
diretor da corretora Planner, é
cauteloso e acha que o ano ainda será bom para a Bolsa, mas
difícil. "Minha projeção é de 48
mil pontos de máxima [para o
Ibovespa] no ano que vem.
Imagino que isso acontecerá no
primeiro trimestre, depois o
mercado fica estável."
Ajuda externa
Os estrangeiros tiveram forte
presença nos ganhos da Bolsa
nos últimos quatro anos. A participação média desses investidores foi de 26% no período, e o
saldo positivo médio, de cerca
de R$ 4 bilhões por ano.
O destaque foi 2003, quando
o superávit de estrangeiros foi
de R$ 7,5 bilhões. Em 2006, deve ficar perto de R$ 1 bilhão.
O maior risco apontado por
analistas para o desempenho
da Bovespa é o ritmo da economia global, em especial a dos
EUA, embora eles não esperem
mudanças significativas.
Setores
Recentemente, foi anunciada isenção do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para novos
fundos de investimento em infra-estrutura e o uso de R$ 10
bilhões a R$ 15 bilhões de recursos do FGTS para subsidiar
a compra da casa própria, o que
aumenta a aposta de analistas
em segmentos específicos.
Entre os setores, analistas
destacam os que se beneficiam
das medidas de crescimento
preparadas pelo governo.
"Alguns setores têm bom potencial ao longo do ano, principalmente os relacionados a infra-estrutura, o agrícola, a alimentos e a energias alternativas. Está mais do que claro que
um dos fatores pelos quais o
país não consegue crescer mais
é por conta desses gargalos de
infra-estrutura", diz Adriano
Blanaru, chefe do departamento de análise da corretora Link.
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