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Ministro diz que não há "clima" para reforma
DA SUCURSAL DO RIO
Como forma de equacionar o
déficit da Previdência, o ministro Luiz Marinho, responsável
pela pasta, defende uma reforma cujo ponto principal é o aumento do tempo mínimo de
contribuição em, ao menos,
cinco anos -atualmente, o período é de 30 anos para mulheres e 35 para homens.
"É preciso olhar para o futuro. É preciso uma reforma que
aumente o tempo de contribuição", disse Marinho, em entrevista à Folha.
O ministro se revela cético,
porém, quanto ao avanço da
proposta no Legislativo: "Não
há clima institucional para fazer [a reforma]. O Congresso
não vota nada. Levou meses
para votar a CPMF e olha a decisão que tomou, ao meu ver
totalmente irresponsável".
Marinho diz que a necessidade de uma reforma que amplie
o tempo de contribuição é urgente. Se demorar muito a ser
levada a cabo, afirma o ministro, existe o risco de punir os
atuais trabalhadores, que também terão de recolher por mais
tempo ao INSS.
A idéia inicial, de acordo com
o ministro, é elevar o prazo de
contribuição apenas para os
novos trabalhadores que ingressassem no sistema.
Apesar de defender a necessidade de uma reforma, o ministro diz que a situação da
Previdência não é tão grave como sugerem diversos estudos.
"O bicho não é tão feio como
tem se pintado", afirma.
De acordo com o ministro, a
reforma feita em 2003 estabilizou o regime previdenciário
dos servidores do setor público. Falta apenas, afirma Marinho, aprovar a criação dos fundos de pensão complementares para o funcionalismo, o que
abre espaço para colocar um
teto nos benefícios -quem quiser ganhar mais contribui para
os fundos.
No caso do INSS, Marinho
afirma que o regime geral urbano -exclui as aposentadorias
rurais, benefícios assistenciais
e as deduções que entidades filantrópicas podem fazer-
atingirá o equilíbrio entre despesas e receitas em 2008. Neste ano, ainda haverá um déficit
de R$ 1,8 bilhão.
Sobre a crítica à falta de uma
idade mínima para aposentadoria no país, Marinho avalia
que ela não é necessária, pois
existe o fator previdenciário
-que considera o tempo de
contribuição, a alíquota de
contribuição e a expectativa de
vida no cálculo do benefício.
"Não temos idade mínima,
mas há o fator previdenciário,
que desestimula o trabalhador
a se aposentar cedo", disse.
O ministro ressaltou ainda a
importância do caráter universal que a Previdência tem no
Brasil, diferentemente do que
ocorre em outros países.
"A cobertura previdenciária
brasileira é uma das mais
abrangentes do mundo, o que é
muito importante. Se não fosse
assim, teríamos mais 22 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza."
(PS)
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