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São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

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Companhias e ministérios evitam dar informações sobre pagamentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A "Breve Carta de Princípios", escrita pelo jornalista Ricardo Kotscho, secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, precisa ser melhor assimilada no governo, especialmente nas assessorias de imprensa das estatais.
O texto diz que, no relacionamento com os jornalistas, "é proibido mentir ou tergiversar" (procurar rodeios, evasivas e buscar subterfúgios, segundo o Aurélio). Afirma também que "informação é um bem público, não é propriedade do governo".
Tergiversar foi o que tentaram fazer inicialmente os ministérios. Com exceção do da Defesa, todos optaram por informar que o valor do jetom dos ministros nos conselhos das estatais era de 10% do salário dos diretores, sem especificar o valor. A orientação era procurar as assessorias de imprensa das estatais.
Nas estatais, a distância entre a "Breve Carta de Princípios" e a realidade aumentou.
Apenas Chesf, Eletrobrás e Petrobras responderam prontamente quanto pagam a seus diretores e a membros do conselho.
Os bancos federais -Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil- também atenderam à reportagem, sem maiores dificuldades.
As empresas Eletronorte, Itaipu, Eletronuclear e Furnas inicialmente quiseram tratar a informação pública -o salário de seus funcionários- como se fosse privada.
Os salários dos membros dos conselhos de administração das estatais, assim como a remuneração de todos os seus empregados, são de responsabilidade última do governo federal. Ou seja, são pagos com dinheiro público.
O comportamento só mudou após reclamação formal, por escrito, da Folha, às assessorias de imprensa do Ministério de Minas e Energia e Eletrobrás. Depois disso, as empresas começaram a fornecer os dados solicitados.

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