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Companhias e ministérios evitam dar informações sobre pagamentos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A "Breve Carta de Princípios",
escrita pelo jornalista Ricardo
Kotscho, secretário de Imprensa e
Divulgação da Presidência da República, precisa ser melhor assimilada no governo, especialmente nas assessorias de imprensa das
estatais.
O texto diz que, no relacionamento com os jornalistas, "é proibido mentir ou tergiversar" (procurar rodeios, evasivas e buscar
subterfúgios, segundo o Aurélio).
Afirma também que "informação
é um bem público, não é propriedade do governo".
Tergiversar foi o que tentaram
fazer inicialmente os ministérios.
Com exceção do da Defesa, todos
optaram por informar que o valor
do jetom dos ministros nos conselhos das estatais era de 10% do
salário dos diretores, sem especificar o valor. A orientação era procurar as assessorias de imprensa
das estatais.
Nas estatais, a distância entre a
"Breve Carta de Princípios" e a
realidade aumentou.
Apenas Chesf, Eletrobrás e Petrobras responderam prontamente quanto pagam a seus diretores e a membros do conselho.
Os bancos federais -Caixa
Econômica Federal e Banco do
Brasil- também atenderam à reportagem, sem maiores dificuldades.
As empresas Eletronorte, Itaipu, Eletronuclear e Furnas inicialmente quiseram tratar a informação pública -o salário de seus
funcionários- como se fosse privada.
Os salários dos membros dos
conselhos de administração das
estatais, assim como a remuneração de todos os seus empregados,
são de responsabilidade última do
governo federal. Ou seja, são pagos com dinheiro público.
O comportamento só mudou
após reclamação formal, por escrito, da Folha, às assessorias de
imprensa do Ministério de Minas
e Energia e Eletrobrás. Depois disso, as empresas começaram a fornecer os dados solicitados.
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