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MERCADO FINANCEIRO
Dólar tem queda de 0,57% e Bovespa sobe 1,28%; risco-país se mantém próximo dos 600 pontos
Com poucos negócios, mercado vê trégua
DA REPORTAGEM LOCAL
A falta de novos desdobramentos na crise política e a impressão
de que, ao menos politicamente,
foi relevante a decisão do governo
de baixar medida provisória para
fechar os bingos permitiram uma
trégua dos investidores.
Em um dia em que o mercado
operou em regime especial (apenas à tarde) e movimentando baixo volume, afetado pela letargia
do feriado de Carnaval, o dólar
comercial fechou em queda de
0,57%, cotado a R$ 2,941. Na sexta
passada, última jornada de negócios antes do feriado, a moeda
americana chegou a ser negociada a R$ 3, depois da divulgação de
novas denúncias contra um ex-assessor do ministro José Dirceu,
mas acabou fechando praticamente estável (0,06% de queda).
A Bovespa operou em alta durante toda a tarde de ontem, para
encerrar com variação positiva de
1,28%, aos 21.609 pontos. O volume negociado foi de R$ 433 milhões (um terço da média em um
"dia normal"). As ações ON da
Sabesp (alta de 7,4%) e da Light
(5,3%) foram destaques positivos.
Para analistas, no entanto, não
significa que a crise política deixou de concentrar os receios. "O
que houve hoje [ontem] tanto no
mercado de câmbio quanto na
Bolsa foi uma "correção" por parte
de quem exagerou um pouco na
semana passada, temendo algum
fato novo. Mas a tensão continuará até que a crise seja contornada", disse Alexandre Póvoa, economista-chefe do banco Modal.
Hoje um outro elemento monopolizará atenções: a ata da última
reunião do Copom. Espera-se que
na ata o BC apresente algum indicativo que corrobore as apostas
de queda de juros a partir de março. No relatório Focus de ontem,
as instituições financeiras mantiveram a estimativa de uma queda
de 0,25 ponto percentual.
A perspectiva de uma retomada
na queda nos juros em março se
reflete também na BM&F. O contrato DI de janeiro de 2005, o mais
negociado, recuou de 15,96% para
15,79% ao ano ontem.
Título da dívida mais negociado, o C-Bond registrou queda de
1,81%, vendido a 94,875% do valor de face. O risco-país subiu
3,71%, para 587 pontos. No ano, a
alta do risco-país do Brasil chega a
23%. "Dados os fundamentos da
economia, um risco muito próximo de 400 pontos [como em janeiro] é baixo. E essa alta teria sido muito maior, com a crise política, se não fosse a liquidez mundial", diz Póvoa.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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