São Paulo, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Dólar tem queda de 0,57% e Bovespa sobe 1,28%; risco-país se mantém próximo dos 600 pontos

Com poucos negócios, mercado vê trégua

DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de novos desdobramentos na crise política e a impressão de que, ao menos politicamente, foi relevante a decisão do governo de baixar medida provisória para fechar os bingos permitiram uma trégua dos investidores.
Em um dia em que o mercado operou em regime especial (apenas à tarde) e movimentando baixo volume, afetado pela letargia do feriado de Carnaval, o dólar comercial fechou em queda de 0,57%, cotado a R$ 2,941. Na sexta passada, última jornada de negócios antes do feriado, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 3, depois da divulgação de novas denúncias contra um ex-assessor do ministro José Dirceu, mas acabou fechando praticamente estável (0,06% de queda).
A Bovespa operou em alta durante toda a tarde de ontem, para encerrar com variação positiva de 1,28%, aos 21.609 pontos. O volume negociado foi de R$ 433 milhões (um terço da média em um "dia normal"). As ações ON da Sabesp (alta de 7,4%) e da Light (5,3%) foram destaques positivos.
Para analistas, no entanto, não significa que a crise política deixou de concentrar os receios. "O que houve hoje [ontem] tanto no mercado de câmbio quanto na Bolsa foi uma "correção" por parte de quem exagerou um pouco na semana passada, temendo algum fato novo. Mas a tensão continuará até que a crise seja contornada", disse Alexandre Póvoa, economista-chefe do banco Modal.
Hoje um outro elemento monopolizará atenções: a ata da última reunião do Copom. Espera-se que na ata o BC apresente algum indicativo que corrobore as apostas de queda de juros a partir de março. No relatório Focus de ontem, as instituições financeiras mantiveram a estimativa de uma queda de 0,25 ponto percentual.
A perspectiva de uma retomada na queda nos juros em março se reflete também na BM&F. O contrato DI de janeiro de 2005, o mais negociado, recuou de 15,96% para 15,79% ao ano ontem.
Título da dívida mais negociado, o C-Bond registrou queda de 1,81%, vendido a 94,875% do valor de face. O risco-país subiu 3,71%, para 587 pontos. No ano, a alta do risco-país do Brasil chega a 23%. "Dados os fundamentos da economia, um risco muito próximo de 400 pontos [como em janeiro] é baixo. E essa alta teria sido muito maior, com a crise política, se não fosse a liquidez mundial", diz Póvoa. (JOSÉ ALAN DIAS)


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