DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE

Depois de quase seis anos, a balança comercial brasileira voltou a registrar déficit. Na quarta semana deste mês (dias 18 a 24), houve saldo negativo de US$ 81 milhões, o primeiro desde maio de 2002 (quando foi de US$ 35 milhões) e o pior desde janeiro daquele ano.
Na quarta semana deste mês, as exportações corresponderam a US$ 3,666 bilhões, e as importações, a US$ 3,747 bilhões.
Em evento em São Paulo, o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) descartou que o aumento das importações -e por conseqüência o déficit da balança comercial- seja uma tendência. Segundo ele, trata-se de uma questão conjuntural.
"Não preocupa o governo porque, por exemplo, neste mês, a Petrobras estava em férias coletivas e exportou muito menos. Houve aumento grande das importações de petróleo, os preços subiram e, portanto, o valor das importações de petróleo pela Petrobras subiu. Com a liberação das exportações da Argentina, importamos mais trigo, o que não fizemos no ano passado. Neste mês, temos um problema conjuntural, e não estrutural."
À noite, no entanto, o Ministério do Desenvolvimento divulgou nota em que negou a influência de férias coletivas da Petrobras no resultado da balança, pois a empresa não as adota.
Segundo Miguel Jorge, o desempenho das exportações ao longo do ano também deverá ser beneficiado pelo alta dos preços das commodities e, em especial, pelo reajuste de 65% do preço do minério de ferro vendido pela Vale. A aposta motivou a revisão da meta de exportações deste ano de US$ 172 bilhões para entre US$ 175 bilhões e US$ 180 bilhões.
No acumulado deste ano, o saldo comercial é de US$ 1,92 bilhão.


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