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Bovespa retorna aos 65 mil pontos
Notícia sobre seguradoras nos EUA anima investidor; Bolsa tem alta de 9,26% no mês e beira recorde
Bolsa de Nova York avança 1,53%, e a Nasdaq, 1,05%; dólar encerra dia cotado
a R$ 1,706 e acumula queda de 4% neste ano
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seu quarto pregão seguido de ganhos, a Bovespa cravou
65 mil pontos, patamar que não
atingia desde dezembro passado. A alta de 0,61% marcada ontem levou a valorização acumulada no mês pela Bolsa a 9,26%.
A escalada do mercado acionário norte-americano no fim
da tarde de ontem favoreceu
mais um dia de ganhos para as
ações brasileiras. Na Bolsa de
Nova York, o índice Dow Jones
valorizou-se em 1,53%, e a Nasdaq teve elevação de 1,05%.
A informação de que a agência Standard & Poor's retirou a
ameaça de rebaixamento da
nota de classificação de risco
das seguradoras de títulos
MBIA e Ambac -afetadas pela
crise- foi recebida com alívio.
As ações da MBIA dispararam 19,7% em Nova York e as
da Ambac subiram 15,87%.
A S&P manteve a nota AAA
para as duas seguradoras -a
classificação máxima AAA é
fundamental para essas empresas e para as instituições financeiras. Um rebaixamento forçaria os bancos a elevar consideravelmente o montante de
capital de risco que retêm contra transações já realizadas
com as seguradoras ou os detentores de títulos segurados.
A rede de TV CNBC disse que
um consórcio de bancos chegou a um acordo para injetar
US$ 3 bilhões na Ambac, buscando garantir a nota AAA.
Na Europa e na Ásia, a semana também começou favorável:
a Bolsa de Londres subiu 1,89%;
em Tóquio, o índice Nikkei teve
uma alta de 3,07%.
A animação em Wall Street
impediu que a Bovespa encerrasse em baixa. Com a valorização de 5,45% acumulada na semana passada, investidores ficaram tentados a vender ações
e embolsar parte dos lucros recentes. Tanto que, na mínima
do pregão, a Bolsa marcou baixa de 0,85%.
Após o resultado de ontem, a
alta registrada em 2008 passou
a ser de 1,74% -no ano, a Bovespa já se equiparou às aplicações de renda fixa, que estão
com rentabilidade no ano em
torno de 1,5%.
O próximo desafio da Bolsa é
cravar uma nova pontuação recorde. A máxima já registrada
pelo índice Ibovespa em fechamento foram os 65.790 de 6 de
dezembro de 2007. Assim, se a
Bolsa subir hoje 1,22%, alcançará novo patamar histórico.
O dólar teve baixa discreta
ontem, mas se manteve nos
menores níveis em quase nove
anos. Após queda de 0,06%, o
dólar encerrou as operações a
R$ 1,706 -menor cotação desde maio de 1999.
Durante as operações, a moeda americana foi negociada a
R$ 1,696. No mercado, espera-se que o dólar feche vendido
abaixo de R$ 1,70 nos próximos
dias. Apenas uma piora considerável do mercado nos próximos dias -ou uma mudança na
atuação do BC no câmbio- reverteria essa expectativa.
O BC tem se limitado a realizar leilões para comprar dólares das instituições financeiras.
Essas operações têm movimentado pequeno volume,
normalmente inferior a US$
100 milhões, e pouco mexido
com o mercado de câmbio.
O dólar acumula depreciação
de 4% diante do real em 2008.
No ano passado, já havia se desvalorizado em 16,85%.
Na semana passada, a queda
da divisa americana se aprofundou, com os rumores em
torno da possibilidade de o Brasil receber o "grau de investimento" de uma das agências de
classificação de risco internacional voltando a ganhar força.
Se for elevado a "grau de investimento", o país ficará apto a
receber recursos de grandes
fundos internacionais que só
podem aplicar em ativos de países que já detêm essa nota.
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