São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

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Bovespa retorna aos 65 mil pontos

Notícia sobre seguradoras nos EUA anima investidor; Bolsa tem alta de 9,26% no mês e beira recorde

Bolsa de Nova York avança 1,53%, e a Nasdaq, 1,05%; dólar encerra dia cotado a R$ 1,706 e acumula queda de 4% neste ano

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu quarto pregão seguido de ganhos, a Bovespa cravou 65 mil pontos, patamar que não atingia desde dezembro passado. A alta de 0,61% marcada ontem levou a valorização acumulada no mês pela Bolsa a 9,26%.
A escalada do mercado acionário norte-americano no fim da tarde de ontem favoreceu mais um dia de ganhos para as ações brasileiras. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones valorizou-se em 1,53%, e a Nasdaq teve elevação de 1,05%.
A informação de que a agência Standard & Poor's retirou a ameaça de rebaixamento da nota de classificação de risco das seguradoras de títulos MBIA e Ambac -afetadas pela crise- foi recebida com alívio.
As ações da MBIA dispararam 19,7% em Nova York e as da Ambac subiram 15,87%.
A S&P manteve a nota AAA para as duas seguradoras -a classificação máxima AAA é fundamental para essas empresas e para as instituições financeiras. Um rebaixamento forçaria os bancos a elevar consideravelmente o montante de capital de risco que retêm contra transações já realizadas com as seguradoras ou os detentores de títulos segurados.
A rede de TV CNBC disse que um consórcio de bancos chegou a um acordo para injetar US$ 3 bilhões na Ambac, buscando garantir a nota AAA.
Na Europa e na Ásia, a semana também começou favorável: a Bolsa de Londres subiu 1,89%; em Tóquio, o índice Nikkei teve uma alta de 3,07%.
A animação em Wall Street impediu que a Bovespa encerrasse em baixa. Com a valorização de 5,45% acumulada na semana passada, investidores ficaram tentados a vender ações e embolsar parte dos lucros recentes. Tanto que, na mínima do pregão, a Bolsa marcou baixa de 0,85%.
Após o resultado de ontem, a alta registrada em 2008 passou a ser de 1,74% -no ano, a Bovespa já se equiparou às aplicações de renda fixa, que estão com rentabilidade no ano em torno de 1,5%.
O próximo desafio da Bolsa é cravar uma nova pontuação recorde. A máxima já registrada pelo índice Ibovespa em fechamento foram os 65.790 de 6 de dezembro de 2007. Assim, se a Bolsa subir hoje 1,22%, alcançará novo patamar histórico.
O dólar teve baixa discreta ontem, mas se manteve nos menores níveis em quase nove anos. Após queda de 0,06%, o dólar encerrou as operações a R$ 1,706 -menor cotação desde maio de 1999.
Durante as operações, a moeda americana foi negociada a R$ 1,696. No mercado, espera-se que o dólar feche vendido abaixo de R$ 1,70 nos próximos dias. Apenas uma piora considerável do mercado nos próximos dias -ou uma mudança na atuação do BC no câmbio- reverteria essa expectativa.
O BC tem se limitado a realizar leilões para comprar dólares das instituições financeiras. Essas operações têm movimentado pequeno volume, normalmente inferior a US$ 100 milhões, e pouco mexido com o mercado de câmbio.
O dólar acumula depreciação de 4% diante do real em 2008. No ano passado, já havia se desvalorizado em 16,85%.
Na semana passada, a queda da divisa americana se aprofundou, com os rumores em torno da possibilidade de o Brasil receber o "grau de investimento" de uma das agências de classificação de risco internacional voltando a ganhar força. Se for elevado a "grau de investimento", o país ficará apto a receber recursos de grandes fundos internacionais que só podem aplicar em ativos de países que já detêm essa nota.


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