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Desemprego tem a menor taxa para janeiro
Índice de 7,2% registrado pelo IBGE no mês passado é o menor para esse período do ano na série histórica iniciada em 2002
Apesar de o período ser caracterizado pela dispensa dos temporários de Natal, índice ficou abaixo dos
8,2% de janeiro de 2009
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego nas
seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 7,2%
em janeiro, o menor patamar já
registrado nesse mês desde o
início da série histórica do IBGE, em 2002.
O aumento de 0,4 ponto percentual em relação aos 6,8% verificados em dezembro também é o menor já visto em uma
passagem de ano -o período é
caracterizado pela demissão de
parte dos temporários contratados para o Natal.
Segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), a dispensa desses trabalhadores foi menor neste ano
devido à retomada da economia. A indústria e o comércio
foram os que mais demitiram.
Responsável pela pesquisa,
Cimar Azeredo, do IBGE, diz
que o resultado indica que o
mercado de trabalho "deslanchou". Em 2009, por causa da
crise que afetou principalmente a indústria, a taxa de desemprego fechou o ano em 8,1%,
acima dos 7,9% de 2008.
Em janeiro deste ano, o desemprego já foi um ponto percentual menor do que o de janeiro do ano passado, quando
bateu 8,2%. O aumento no número de trabalhadores com
carteira assinada chegou a 3,5%
sobre janeiro de 2009 e a 0,7%
sobre dezembro.
O comportamento histórico
do índice, porém, aponta para o
crescimento do desemprego
nos próximos meses -nas cidades turísticas, os temporários
só costumam ser dispensados
após a temporada de férias, o
que é um dos fatores de pressão
sobre a taxa.
Desta vez, outro componente
deverá contribuir para isso: o
fim do desalento provocado pela crise, que fez com que muitos
desistissem de procurar emprego nos últimos meses.
Na sua pesquisa, o IBGE registra como desempregada
apenas a pessoa que procura
trabalho ativamente.
"Com perspectivas mais favoráveis no mercado de trabalho, as pessoas voltam a buscar
uma atividade e a população
economicamente ativa cresce.
A gente esperava já ver isso em
janeiro, mas ainda não aconteceu. A expectativa é que apareça nos próximos meses", diz o
economista Rafael Baccioti, da
consultoria Tendências.
Em janeiro, a população economicamente ativa (soma dos
ocupados e desocupados) manteve-se praticamente estável
(-0,5%) em relação a dezembro,
totalizando 23,3 milhões de
pessoas.
O número de desocupados
(1,7 milhão), mesmo com aumento de 6% sobre dezembro,
foi o menor já registrado em
um mês de janeiro em toda a
série. Já o de ocupados (21,6
milhões, queda de -1,0% em relação a dezembro) foi o maior
para o período. O nível de ocupação chegou a 52,4% da população em idade ativa, outro recorde para janeiro.
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