São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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SP tem 48,5% dos desempregados de seis regiões

DA SUCURSAL DO RIO

Das 2,5 milhões de pessoas desempregadas em fevereiro nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 48,5% estavam em São Paulo, onde a taxa de desemprego ficou em 13,6%, contra 12,9% do mês anterior.
Anteontem, pesquisa da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos) apontou uma taxa recorde em São Paulo (19,8%) para os meses de fevereiro desde o início do levantamento, em 1985.
Os dados do IBGE e da pesquisa Seade/Dieese não são comparáveis, pois existem diferenças nos conceitos de desemprego.
O IBGE apura apenas o desemprego aberto, que investiga quem está sem trabalho, mas procurou uma ocupação nos 30 dias anteriores à realização da pesquisa.
A taxa medida pelo Seade/Dieese inclui outros dois elementos: o desemprego oculto por trabalho precário e o desemprego oculto por desalento, segundo Marise Hoffmann, economista do Dieese.
Por esse motivo, o dado do Dieese é mais alto. Ela reconhece que as pesquisas oficiais da maioria dos países levantam apenas o desemprego aberto, como ocorre no levantamento realizado pelo IBGE.
O conceito de trabalho precário agrupa os que atuam por conta própria (ambulantes e biscateiros) que estão insatisfeitos com seu rendimento e procuraram um emprego.
Já o desalento inclui quem procurou uma colocação ao menos uma vez nos últimos 12 meses, mas desistiu de procurar porque não encontrou um posto.
A pesquisa Seade/Dieese traz também uma taxa de desemprego aberta, com uma metodologia que se assemelha mais com a do IBGE, embora existam algumas diferenças. Por esse indicador, o desemprego passou de 11,9% em janeiro para 12,6% em fevereiro, mais baixo do que o resultado do IBGE.
Pelos dados do IBGE, a taxa mais alta para São Paulo havia sido registrada em outubro de 2003 -15%.
Outra diferença, disse Hoffmann, é que a taxa do Dieese é uma média dos resultados apurados nos últimos três meses.
"Com isso, as oscilações são suavizadas e mostram mais a tendência." A taxa do IBGE é mensal.


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