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MERCADO FINANCEIRO
Em fevereiro, foi registrada saída de US$ 372,97 milhões; só renda fixa teve captação positiva
Saque em fundos supera depósito pela 1ª vez em 14 meses
DA REPORTAGEM LOCAL
A instabilidade no cenário político interno, com a eclosão do caso Waldomiro Diniz, afetou os
ânimos dos investidores em fevereiro mais do que o esperado. Pela
primeira vez desde dezembro de
2002, os fundos de investimentos
no Brasil apresentaram captação
negativa -mais saques do que
depósitos.
No mês passado, os fundos registram saída de US$ 372,97 milhões, de acordo com relatório da
consultoria Thomson Financial.
Pela ordem, as maiores perdas
ocorreram nos fundos cambiais
(saída de US$ 559,8 milhões), nos
fundos mistos -aqueles que permitem ao gestor aplicar no mercado de câmbio, em juros e na
Bolsa de Valores-, que tiveram
perdas de US$ 397,7 milhões, e
nos fundos de ações (saída de US$
230,6 milhões).
Em contrapartida, os fundos de
renda fixa continuaram com captação positiva: atraíram US$ 548,8
milhões, o que compensou em
parte a sangria nos demais fundos. Explica-se: naquele mês o
Banco Central manteve inalterada as taxas de juros básicas da
economia -o primeiro corte de
2004, de 16,5% para 16,25%, só
ocorreu na semana passada. Como esses papéis têm rendimento
prefixado, a manutenção dos juros em fevereiro manteve atraente
a rentabilidade desses fundos, em
comparação à de outros investimentos.
À frente do Peru
No ano, o saldo de captações
dos fundos brasileiros permanece
positivo em US$ 4,976 bilhões.
Mas o crescimento real das carteiras está à frente somente do verificado no Peru. O patrimônio dos
fundos argentinos subiu, até fevereiro, 20,77%. No Chile, a expansão foi de 11,44%. Mas o dos fundos brasileiros aumentou somente 2,72% -contra uma queda de
0,13% no patrimônio no Peru.
O balanço mostra ainda que o
setor de fundos no continente
perdeu em fevereiro US$ 60,44
milhões, queda de 0,03% sobre janeiro. O patrimônio total administrado na região era de US$
234,50 bilhões no mês passado.
Além do Brasil, houve captação
negativa no México (menos US$
78,82 milhões) e no Peru, país em
que os saques superaram os depósitos em US$ 70,88 milhões. Na
Argentina e no Chile, houve considerável entrada de recursos: de
US$ 306,70 milhões e US$ 155,54
milhões, respectivamente.
A indústria de fundos brasileira
responde por praticamente 80%
do patrimônio total na América
Latina. Os fundos de investimento no país acumulam patrimônio
de US$ 186 bilhões, contra somente US$ 34,39 bilhões do México, segundo colocado.
Por tipo de fundos, os de renda
fixa lideram no Brasil e acumulam
o equivalente a 56,12% do patrimônio total -ou seja, carregavam em fevereiro R$ 304,5 bilhões, divididos em títulos do governo, debêntures e depósitos interbancários.
Os fundos de renda mista aparecem a seguir, com 26,7% do patrimônio total. O restante divide-se entre renda variável (7,51%),
previdência (4,51%), outros
(4,21%) e cambiais (0,95%).
(JOSÉ ALAN DIAS)
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