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PORTOS
Valor foi pago por seis exportadoras de soja para indenizar caminhoneiros
Greve no PR custa mais de R$ 20 mi
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O custo da indenização aos caminhoneiros retidos na fila devido à paralisação do porto de Paranaguá é de, no mínimo, R$ 20 milhões. Esse foi o valor depositado
ontem por seis empresas exportadoras de soja, segundo informações de sindicatos de operadores e
de caminhoneiros. Essas empresas respondem por 70% da movimentação de soja no porto.
O presidente da União Brasil
Caminhoneiros no Paraná, Nelson Canaã, disse à Agência Folha
que o cálculo mais aproximado
do prejuízo da greve no porto,
com o pagamento de diárias, é de
R$ 23 milhões. Ele estima em cerca de 6.000 o número de caminhoneiros a serem indenizados.
Segundo a Polícia Rodoviária
Federal, cerca de 5.000 caminhoneiros estavam parados no acostamento da BR-277 durante os
mais de cinco dias em que o porto
ficou paralisado. Outros 1.200
aguardavam para descarregar no
pátio de triagem de cereais.
Acordo
Um acordo fechado na madrugada de ontem definiu que cada
caminhão da fila vai receber R$
0,40 por tonelada a cada hora parada. Isso significa que uma carreta de 30 toneladas tem a receber
R$ 288 por dia. O valor é multiplicado pelo número de dias que o
motorista ficou parado na fila à
espera do retorno do funcionamento do porto.
"Não é muito, mas fazer o
quê?", disse o caminhoneiro Jacir
Galvão, 48, parado no km 16 da
rodovia desde as 10h de terça-feira da semana passada, vindo de
Santa Terezinha de Itaipu (PR).
Ele diz que, em condições normais de tráfego, poderia ganhar
até R$ 800 por dia com o frete.
O custo das diárias será bancado pelos exportadores e operadores do porto.
Iniciado anteontem, o bloqueio
da rodovia foi suspenso por volta
das 12h de ontem, mas só no início da noite os primeiros caminhões começaram a descarregar
nos armazéns, depois que mais de
20 empresas liberaram os créditos
das diárias nos postos credenciados. A previsão é que a fila gerada
pela paralisação do porto só termine em três dias.
Na área do cais do porto, a previsão dos técnicos é que o movimento normal só volte a ser atingido em dez dias. O primeiro navio de soja começou a ser carregado por volta das 16h de ontem. Se
não chover, o graneleiro deve partir amanhã para a China com 63
mil toneladas do produto.
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