São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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ÁLCOOL

Para ministro, preço está baixo

Rodriguez pede verba para ajudar produtor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Roberto Rodriguez (Agricultura) pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que antecipe a liberação de R$ 500 milhões em financiamentos para os produtores de álcool continuarem mantendo o produto estocado.
O ministro da Agricultura está preocupado com a queda do preço do álcool para os produtores. Segundo ele, o produtor está recebendo menos de R$ 0,60 por litro.
Na mesma época em 2003, Rodrigues se reuniu com os produtores para tentar baixar o preço do produto, que estava acima de R$ 1. O governo chegou a diminuir a mistura de álcool na gasolina para tentar obrigar os produtores a reduzir o preço.
No ano passado, essa verba só saiu em outubro. Os juros sobre esses empréstimos são subsidiados. Em 2004, foram de 11,5% ao ano. "O [Antonio] Palocci [Filho, ministro da Fazenda] vai verificar essa possibilidade", disse ele.
Segundo Rodrigues, "existe uma superoferta circunstancial de álcool no mercado". Na sua opinião, até a próxima colheita, que terminará por volta de outubro, a situação voltará ao normal.

ICMS menor
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, vai pedir aos governadores que reduzam o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o álcool, segundo Rodrigues.
O ministro da Agricultura levou ontem ao presidente Lula dados que mostram que a redução do ICMS em São Paulo teve efeito positivo na arrecadação do Estado. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) baixou de 27% para 12% o imposto sobre o álcool no final do ano passado.
"A queda do ICMS aumentou a arrecadação, reduziu o custo na bomba e aumentou o consumo", disse Rodrigues, após a reunião com Lula, que contou com as presenças de Dirceu e Palocci.

Safra menor
No encontro com o presidente, Rodrigues mostrou que as recentes chuvas e a ferrugem da soja (uma praga) vão provocar quebra de safra neste ano. O ministro afirmou que ainda não é possível estimar qual será o impacto da praga e das chuvas nas colheitas.
Disse, no entanto, que a safra não deve chegar a 130 milhões de toneladas -a última previsão do governo. Não descartou, porém, que a colheita seja maior do que a da safra anterior, que foi recorde.
"Os números [do prejuízo] estão sendo levantados", disse ele. Lula autorizou a criação de um grupo interministerial de emergência para indicar medidas que possam ser tomadas para contornar o problema e avaliar os danos.
Rodrigues disse que pediu ao presidente mais verbas para as políticas de preços mínimos do ministério (garantem remuneração mínima ao produtor). Segundo ele, o dinheiro poderia ser usado para compensar eventuais perdas com a quebra de produção. (ANDRÉ SOLIANI)


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