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ÁLCOOL
Para ministro, preço está baixo
Rodriguez pede verba para ajudar produtor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Roberto Rodriguez
(Agricultura) pediu ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva que antecipe a liberação de R$ 500 milhões
em financiamentos para os produtores de álcool continuarem
mantendo o produto estocado.
O ministro da Agricultura está
preocupado com a queda do preço do álcool para os produtores.
Segundo ele, o produtor está recebendo menos de R$ 0,60 por litro.
Na mesma época em 2003, Rodrigues se reuniu com os produtores para tentar baixar o preço
do produto, que estava acima de
R$ 1. O governo chegou a diminuir a mistura de álcool na gasolina para tentar obrigar os produtores a reduzir o preço.
No ano passado, essa verba só
saiu em outubro. Os juros sobre
esses empréstimos são subsidiados. Em 2004, foram de 11,5% ao
ano. "O [Antonio] Palocci [Filho,
ministro da Fazenda] vai verificar
essa possibilidade", disse ele.
Segundo Rodrigues, "existe
uma superoferta circunstancial
de álcool no mercado". Na sua
opinião, até a próxima colheita,
que terminará por volta de outubro, a situação voltará ao normal.
ICMS menor
O ministro-chefe da Casa Civil,
José Dirceu, vai pedir aos governadores que reduzam o ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) para o álcool, segundo Rodrigues.
O ministro da Agricultura levou
ontem ao presidente Lula dados
que mostram que a redução do
ICMS em São Paulo teve efeito
positivo na arrecadação do Estado. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) baixou de 27% para
12% o imposto sobre o álcool no
final do ano passado.
"A queda do ICMS aumentou a
arrecadação, reduziu o custo na
bomba e aumentou o consumo",
disse Rodrigues, após a reunião
com Lula, que contou com as presenças de Dirceu e Palocci.
Safra menor
No encontro com o presidente,
Rodrigues mostrou que as recentes chuvas e a ferrugem da soja
(uma praga) vão provocar quebra
de safra neste ano. O ministro
afirmou que ainda não é possível
estimar qual será o impacto da
praga e das chuvas nas colheitas.
Disse, no entanto, que a safra
não deve chegar a 130 milhões de
toneladas -a última previsão do
governo. Não descartou, porém,
que a colheita seja maior do que a
da safra anterior, que foi recorde.
"Os números [do prejuízo] estão sendo levantados", disse ele.
Lula autorizou a criação de um
grupo interministerial de emergência para indicar medidas que
possam ser tomadas para contornar o problema e avaliar os danos.
Rodrigues disse que pediu ao
presidente mais verbas para as
políticas de preços mínimos do
ministério (garantem remuneração mínima ao produtor). Segundo ele, o dinheiro poderia ser usado para compensar eventuais
perdas com a quebra de produção.
(ANDRÉ SOLIANI)
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