São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Investidor interpreta que Copom vê espaço para Selic cair mais, e Bolsa cessa queda e taxa futura recua

Ata traz expectativa de novo corte nos juros

DA REPORTAGEM LOCAL

No dia da divulgação da esperada ata da última reunião do Copom, o mercado teve negócios menos tensos. A Bovespa fechou praticamente estável, depois de quatro pregões de quedas.
Os investidores entenderam que o Copom (Comitê de Política Monetária) amenizou seu discurso e reforçou as expectativas de que a taxa de juros poderá seguir em queda.
Os juros futuros recuaram nos papéis de curto prazo negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). O DI (que acompanha as taxas interbancárias) com vencimento em maio fechou com taxa de 15,90%, o que embute a possibilidade de a Selic voltar a ser reduzida em 0,25 ponto percentual em abril.
Na outra ponta, os contratos DI de prazo mais longo subiram um pouco na BM&F. No DI de janeiro, o mais negociado, a taxa subiu de 15,35% para 15,39%. Isso significa que, para o mercado, o tom mais moderado da ata sugere que pode haver corte na taxa básica, ainda que a inflação fique um pouco mais elevada, o que faz os juros reais ficarem menores. Com isso, os investidores querem prêmios maiores para carregar os papéis de prazos mais longos.
Sérgio Lima, gestor da Mellon Global Investments, diz que a ata "preparou o terreno para a possibilidade de uma queda mais agressiva da taxa básica de juros" no encontro do Copom a ser realizado no próximo mês.
Para a LCA Consultores, a Selic pode ser reduzida em 0,5 ponto percentual em abril e chegar ao fim do primeiro semestre em 15% anuais (atualmente, a taxa está em 16,25%).
Um dos temas principais de discussão ontem nas mesas de operações após a leitura da ata foi o de haver ou não possibilidade de o BC alterar a meta de inflação deste ano. Para alguns analistas, há indícios na própria ata de que isso poderia vir a ocorrer caso fosse necessário, hipóteses descartada anteriormente.

Ações
Na Bolsa de Valores de São Paulo, apesar do lucro recorde anunciado, a ação PNA da Vale do Rio Doce fechou com queda de 2,97%. Outro destaque negativo foi a ação PN da Net, que perdeu 13,3%.
Pela vez quinta vez, seguida, o dólar fechou em alta, a R$ 2,937 (alta de 0,24%).
(FABRICIO VIEIRA)


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