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Bolsa paulista se descola de NY e sobe 2,4%
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto Wall Street teve
ontem um dia de desânimo por
conta de indicadores econômicos americanos ruins, a Bovespa registrou o terceiro pregão
seguido de alta, subindo 2,38%,
para 61.234 pontos, com giro financeiro de R$ 5,6 bilhões.
A Bolsa brasileira voltou a
demonstrar, assim, um certo
distanciamento das turbulências que afetam o mercado dos
EUA devido à crise imobiliária
e aos temores de recessão na
maior potência mundial. Ontem, a visão otimista de que tais
problemas teriam pouco impacto sobre a economia local
prevaleceu. E, com esse clima
mais tranqüilo, o dólar comercial recuou 0,85%, a R$ 1,732.
As ações que puxaram a Bovespa foram justamente as que
amargaram as piores quedas na
última semana: Petrobras PN,
com valorização de 5,3%, e Vale
PN, com alta de 2,8%. Os preços
de commodities metálicas e
agrícolas avançaram no exterior. O petróleo subiu 0,36%,
vendido a US$ 101,22 o barril.
Após o pânico da semana
passada -na quarta-feira, a
Bolsa paulista recuou 5,01%-,
os investidores moderaram a
avaliação sobre a demanda global pelas matérias-primas.
Muitos economistas prevêem
que, mesmo diminuindo um
pouco o ritmo, o crescimento
da China deve seguir forte.
Depois do fim do expediente,
a Vale anunciou que, por falta
de acordo, estava encerrando
as negociações para a compra
da mineradora anglo-suíça
Xstrata (leia à pág. B6).
Por volta das 20h, já no "after-market" (sessão de negociações eletrônicas que acontece após o pregão normal), o papel preferencial da companhia
disparava 4,81% e a aposta dos
operadores é que suba ainda
mais hoje, ajudando a Bolsa a se
manter em território positivo.
Apesar de enxergarem as
vantagens competitivas que a
aquisição da Xstrata traria à
brasileira, analistas mostravam
preocupação com o aumento
do endividamento da Vale.
Os papéis de bancos também
tiveram destaque no pregão de
ontem devido à negativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo estaria
preparando medidas para conter a explosão do crédito ao
consumidor. A ação PN do Bradesco subiu 4,06%; a do Unibanco ganhou 3,78%; e a do
Itaú teve alta de 4,85%.
EUA
O índice Dow Jones, da Bolsa
de Nova York, caiu 0,13% e a
Nasdaq avançou 0,61%.
Pela manhã, quando os mercados ainda buscavam uma
tendência, saiu o índice de confiança do consumidor medido
pela consultoria Conference
Board. O indicador recuou de
76,4 pontos em fevereiro para
64,5 pontos em março, o menor
nível em cinco anos. Tal número causa apreensão pelos economistas porque um terço do
PIB americano depende dos
gastos do consumidor.
Estudo realizado pela agência de classificação de risco
Standard & Poor's apontou que
os preços de imóveis nos EUA
desabaram 11,4% em janeiro, a
maior queda desde 1987.
De acordo com essa pesquisa,
há 19 meses se inverteu a trajetória de alta dos preços de imóveis. Diante disso, quem costumava refinanciar a casa pegando como "troco" a diferença de
valores perdeu importante fonte de recursos para o consumo e
o financiamento de despesas
do dia-a-dia. Então, veio a elevação dos juros, que fez crescer
a taxa de inadimplência.
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