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Bovespa e BM&F fecham acordo de fusão
Integração anunciada ontem cria a Nova Bolsa; controle e ações da companhia serão distribuídos igualmente entre as duas empresas
Transação ainda depende da aprovação de acionistas e das autoridades; comitê de transição comanda a Bolsa até conclusão do negócio
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa Holding e A
BM&F (Bolsa de Mercadorias e
Futuros) anunciaram ontem
ter chegado a um entendimento para a fusão das suas atividades, o que cria uma das maiores
Bolsas das Américas.
Segundo o acordo, a companhia aberta formada pela integração das duas se chamará
provisoriamente Nova Bolsa e
terá ações negociadas no Novo
Mercado. Os termos do negócio
ainda devem ser levados à
aprovação dos respectivos
acionistas, em assembléias.
Em fato relevante divulgado
à noite, a BM&F explicou que o
modelo já foi aprovado pelos
conselhos de administração de
ambas. Após uma reorganização societária, serão emitidas
ações da Nova Bolsa para os
acionistas das duas empresas,
na proporção de 50% para cada
companhia. Os acionistas da
Bovespa Holding ainda levam
R$ 1,24 bilhão adicional, mas
não foi informado como se dará
a distribuição desse montante.
Também não se sabe qual será a
proporção da troca das atuais
ações pelas da Nova Bolsa.
O conselho de administração
da Nova Bolsa será composto
por igual número de representantes indicados pela BM&F e
pela Bovespa, além de uma
maioria de membros independentes. Até 31 de dezembro
deste ano, funcionará um comitê de transição, composto
pelos presidentes e diretores
gerais das duas companhias,
que dividirão o comando. Esse
comitê de transição deverá indicar um novo presidente do
conselho e um novo diretor geral da Nova Bolsa.
A fusão ainda está sujeita à
autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), do
Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica). Presidentes e diretores gerais da BM&F e da
Bovespa concederão entrevista
coletiva à imprensa hoje.
Desde que Bovespa e BM&F
abriram capital, no ano passado, especula-se sobre uma integração. Elas aproveitam o momento de fusões entre Bolsas
no mundo todo -a última foi a
Bolsa de Chicago, a maior do
continente, que comprou por
US$ 9,4 bilhões a Nymex (Bolsa
Mercantil de Nova York).
A intenção de Bovespa e
BM&F se juntarem havia sido
informada no dia 19 de fevereiro. Foi estabelecido um prazo
de 60 dias para a conclusão das
conversações. No pregão de ontem, o papel da BM&F subiu
6,66%, para R$ 16,80. Acumula
desvalorização de 16% ante o
preço alcançado na oferta inicial de ações. O valor de mercado da companhia era de R$
16,981 bilhões. A ação da Bovespa subiu 3,97%, a R$ 24,85, e assim o valor de mercado da empresa era de R$ 17,529 bilhões.
O papel tem valorização de
8,04% desde a oferta inicial.
(DENYSE GODOY e TONI SCIARRETTA)
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