São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bovespa e BM&F fecham acordo de fusão

Integração anunciada ontem cria a Nova Bolsa; controle e ações da companhia serão distribuídos igualmente entre as duas empresas

Transação ainda depende da aprovação de acionistas e das autoridades; comitê de transição comanda a Bolsa até conclusão do negócio

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa Holding e A BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) anunciaram ontem ter chegado a um entendimento para a fusão das suas atividades, o que cria uma das maiores Bolsas das Américas.
Segundo o acordo, a companhia aberta formada pela integração das duas se chamará provisoriamente Nova Bolsa e terá ações negociadas no Novo Mercado. Os termos do negócio ainda devem ser levados à aprovação dos respectivos acionistas, em assembléias.
Em fato relevante divulgado à noite, a BM&F explicou que o modelo já foi aprovado pelos conselhos de administração de ambas. Após uma reorganização societária, serão emitidas ações da Nova Bolsa para os acionistas das duas empresas, na proporção de 50% para cada companhia. Os acionistas da Bovespa Holding ainda levam R$ 1,24 bilhão adicional, mas não foi informado como se dará a distribuição desse montante. Também não se sabe qual será a proporção da troca das atuais ações pelas da Nova Bolsa.
O conselho de administração da Nova Bolsa será composto por igual número de representantes indicados pela BM&F e pela Bovespa, além de uma maioria de membros independentes. Até 31 de dezembro deste ano, funcionará um comitê de transição, composto pelos presidentes e diretores gerais das duas companhias, que dividirão o comando. Esse comitê de transição deverá indicar um novo presidente do conselho e um novo diretor geral da Nova Bolsa.
A fusão ainda está sujeita à autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), do Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Presidentes e diretores gerais da BM&F e da Bovespa concederão entrevista coletiva à imprensa hoje.
Desde que Bovespa e BM&F abriram capital, no ano passado, especula-se sobre uma integração. Elas aproveitam o momento de fusões entre Bolsas no mundo todo -a última foi a Bolsa de Chicago, a maior do continente, que comprou por US$ 9,4 bilhões a Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York).
A intenção de Bovespa e BM&F se juntarem havia sido informada no dia 19 de fevereiro. Foi estabelecido um prazo de 60 dias para a conclusão das conversações. No pregão de ontem, o papel da BM&F subiu 6,66%, para R$ 16,80. Acumula desvalorização de 16% ante o preço alcançado na oferta inicial de ações. O valor de mercado da companhia era de R$ 16,981 bilhões. A ação da Bovespa subiu 3,97%, a R$ 24,85, e assim o valor de mercado da empresa era de R$ 17,529 bilhões. O papel tem valorização de 8,04% desde a oferta inicial. (DENYSE GODOY e TONI SCIARRETTA)


Texto Anterior: Rico não paga Imposto de Renda no país, diz Appy
Próximo Texto: Bolsa paulista se descola de NY e sobe 2,4%
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.