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Mercado informal em SP reduz desemprego em um ano
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego de março, medida pelo IBGE, manteve-se em alta pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 12,1%, contra
11,6% de fevereiro. Mas houve redução na comparação com a taxa
de 12,9% de março do ano passado. O número de desocupados
passou de 2,386 milhões em fevereiro para 2,515 milhões em março deste ano.
O IBGE constatou também que
uma inusitada informalização do
emprego em São Paulo foi a principal razão para o crescimento de
1,039 milhão no número de pessoas ocupadas no período de um
ano. São Paulo contribuiu com
41% do crescimento total, com
um aumento de 426 mil postos de
trabalho. Desses, pelo menos 77%
foram informais.
Para o IBGE, apesar de apresentar uma tendência de alta, o desemprego está, basicamente, estacionado em um patamar elevado.
Cimar Azeredo Pereira, gerente
da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), disse que, como a pesquisa tem uma margem de erro, ou
intervalo de confiança, de 3%, os
números apurados neste ano representam "virtual estabilidade".
A chefe do Departamento de
Emprego e Rendimento do IBGE,
Ângela Jorge, também minimizou a importância do aumento da
taxa de desemprego. Segundo ela,
"somente com uma série maior
será possível saber a tendência".
Jorge disse também que, historicamente, a taxa de desemprego
apresenta trajetória de alta nos
três primeiros meses do ano
-que neste ano coincidem com
os três primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva-, passando a cair a partir de abril.
O atual formato da Pesquisa
Mensal de Emprego começou a
ser divulgado em novembro do
ano passado e muitos especialistas consideram que a pesquisa
ainda está em fase de definição.
Informalidade
O próprio IBGE ainda tem dificuldades para explicar números
mostrados pela pesquisa. A constatação de que o número de pessoas ocupadas aumentou 1,039
milhão de março do ano passado
para março deste ano -de 17,205
milhões para 18,244 milhões-,
um aumento de 6%, exigiu um estudo especial, ainda não concluído, para ser compreendida.
Um surto de trabalho informal
em São Paulo, área na qual, segundo o IBGE, a estrutura do emprego é basicamente formal, foi
apontada como a principal causa
para o fenômeno.
Dos 426 mil novos postos de
trabalho surgidos na região metropolitana da capital paulista no
período, 194 mil foram sem carteira assinada e 133 mil foram de
trabalho por conta própria, totalizando 327 mil, ou 77% do total.
Apenas 39 mil empregos com carteira assinada (9% do total) contribuíram para o aumento da ocupação em São Paulo no período.
Nas seis regiões, a contribuição
dos empregos com carteira assinada para o aumento da ocupação foi de 25%, enquanto a do trabalho informal foi de 55%.
Ângela Jorge disse que é cedo
para dizer que a estrutura do mercado de trabalho de São Paulo está mudando. Segundo ela, será
preciso esperar mais para saber se
os números refletem uma tendência ou um período atípico.
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