São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2004

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TRABALHO

Para ministro, crescimento estimula busca de vagas e explica taxa recorde

Desemprego terá queda no 2º semestre, diz Berzoini

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse ontem que a recuperação da economia tem estimulado a volta de trabalhadores desalentados ao mercado de trabalho, o que eleva os índices de desemprego, apesar do aumento na geração de postos de trabalho.
Na avaliação dele, haverá queda dos índices no segundo semestre. "O resultado reflete o estágio da economia quando ela ganha velocidade e se acelera. Isso aumenta a velocidade das pessoas que voltam ao mercado de trabalho."
Para ele, no segundo semestre, o efeito do aumento de pessoas procurando emprego terá sido completamente absorvido, derrubando as taxas de desemprego.
"Nós temos a convicção de que haverá uma queda dos índices de desemprego no segundo semestre porque alcançaremos aquele patamar em que a população que tinha que entrar no mercado de trabalho já entrou. Isso será combinado à geração de empregos em um patamar elevado em razão da dinamização da economia", disse.
Questionado sobre os dados do IBGE que indicam que o aumento da população procurando emprego é decorrente da queda na renda familiar, o ministro respondeu: "Essa é a informação que eu também tenho sustentado. Nós tivemos no ano passado compressão da massa salarial com a subida da inflação, fazendo com que mais pessoas da mesma família estejam buscando o mercado".
Berzoini disse ainda que várias medidas adotadas pelo governo para incentivar setores da economia com grande capacidade de geração de vagas, como a construção civil, começarão a mostrar resultado a partir de agora.
Isso porque vários contratos e licitações só estão sendo concluídos nos últimos dias e, a partir de então, as obras começarão. Além do estímulo do setor público, há "o desempenho da economia privada, que também tem melhorado, as exportações e alguns segmentos do mercado interno, como o setor automotivo".
O presidente da CUT, Luiz Marinho, concordou com a interpretação do ministro.
"O desemprego é brutal. Achamos que o governo precisa adotar outras medidas como contratação emergencial, redução da jornada de trabalho e lançamento de frentes de trabalho nos grandes centros para responder na proporção desse problema, que é um drama para as famílias", afirmou.
Ontem, ele e Berzoini estiveram na Comissão de Trabalho da Câmara para discutir a redução da jornada de trabalho. Para o ministro, o assunto deve ser tratado na discussão da reforma trabalhista. "Antonio Palocci [ministro da Fazenda] e Henrique Meirelles [presidente do Banco Central] se transformaram nos "cavaleiros do apocalipse", que só vieram trazer o caos social ao país", afirmou, em nota oficial, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.


Colaborou a Reportagem Local

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