São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2005

Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

Cervejaria planeja nova fábrica

A acirrada guerra das cervejas deve ganhar em breve outra concorrente de peso. Fundada em 1994, a Cervejaria Petrópolis, dona das marcas Crystal e Itaipava, promete para o ano que vem a construção de uma nova fábrica -a terceira-, que custará cerca de R$ 250 milhões. Com a nova unidade, a companhia prevê ampliar em pelo menos 50% a produção atual.
Segundo o diretor-presidente da Petrópolis, Walter Faria, o local da construção ainda não foi definido. "Há muitos Estados interessados. Estamos avaliando o que oferece as melhores vantagens tributárias." Apesar de Faria dizer que não há nada confirmado, não desmente que Minas Gerais seja o favorito. "Queremos estar onde tem muita gente, e, depois do Rio e de São Paulo, Minas é o maior mercado."
Segundo ele, a intenção da empresa é abrir uma fábrica a cada um ou dois anos. "Nós não vendemos mais porque não temos mais produtos para oferecer." A produção da empresa passou de 20 milhões de litros por ano em 2002 para 140 milhões em 2004. Para este ano, a previsão é superar 210 milhões de litros.
Com cerca de 5% de "market share" -em 2003, não passava de 2%-, a Petrópolis nega ter como objetivo tomar o lugar de alguma cervejaria maior, embora desdenhe da concorrência. "Nós incomodamos a AmBev, com certeza. Tanto que eles lançaram a Serrana para competir com a Itaipava, mas foi um fracasso."
Para estimular a concorrência no setor, Faria sugere uma mudança na forma como é cobrado o IPI, que, diz, hoje beneficia a AmBev. Atualmente, o tributo é calculado sobre a quantidade, e não sobre o preço da bebida, a fim de combater a sonegação. "Com isso, eles [a AmBev] pagam proporcionalmente menos que nós. Tivemos reuniões com o [José] Dirceu, com o [Antonio] Palocci e com a Receita Federal para mudar isso. Estamos esperando uma resposta."

LANÇAMENTO

Autores: Vera Thorstensen e Marcos Sawaya Jank
Editoras: Aduaneiras e Lex Ed.
Preço: R$ 55
O GNC (Grupo de Negociações Comerciais) acaba de lançar o livro "O Brasil e os Grandes Temas do Comércio Internacional", da Aduaneiras e da Lex Editora. O GNC, reunião informal dos principais especialistas de comércio exterior do Brasil, trabalhou ao longo de um ano para preparar a compilação de textos sobre as principais questões da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio. A coordenação do trabalho, essencial para a compreensão das negociações comerciais, foi de Marcos Jank, presidente do instituto Ícone, e Vera Thorstensen, assessora econômica da missão do Brasil em Genebra.

PARADA DURA
Se a Vale do Rio Doce perder no Cade o direito sobre o excedente da produção da mina da Casa de Pedra da CSN, os acionistas da mineradora (Bradespar e Previ) não vão deixar barato. Eles devem entrar com uma ação na Justiça para cobrar US$ 1 bilhão de Benjamin Steinbruch (CSN) pela perda do negócio. O direito sobre o excedente da produção foi negociado pela Vale e pela CSN durante o descruzamento de ações das empresas, há dois anos. Nessa operação, foi estabelecido um valor para a mina da Casa de Pedra.

CONVITE DA ONU
Em meio ao tiroteio, Sérgio Rosa (Previ) aceitou o convite do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para participar de uma reunião da entidade. O objetivo é definir princípios de investimento responsável. A Previ foi a única instituição da América Latina convidada. Entre os presentes estarão o PGGM (Holanda), maior fundo de pensão do mundo, além de grandes fundos similares de Inglaterra, Japão, Alemanha, Suíça e Noruega.

EM CASA
A Subway, uma das principais redes de fast-food do mundo, anuncia o lançamento de um sistema de delivery, além de um programa de fidelidade, chamado SubClub Card, no Brasil.

PARA EXPORTAR
A partir de julho, a Caixa Econômica Federal inicia as operações com comércio exterior por meio do BNDES Exim pré-embarque para financiar a produção destinada à exportação. A utilização dessa linha deverá ser a porta de entrada do banco na oferta de crédito para o comércio exterior. A idéia é avaliar o nível de demanda de clientes pessoa jurídica para verificar a possibilidade de lançamento de empréstimos similares.

FORA DA TOCA
Foi bastante concorrida a festa black-tie dos 50 anos do advogado carioca Francisco Müssnich no sábado passado, na Hípica, no Rio. Müssnich é advogado do Opportunity. Calcula-se que a festa contou com cerca de 500 pessoas, entre empresários e celebridades, a grande maioria do Rio. A surpresa ficou por conta da presença do banqueiro Daniel Dantas, normalmente avesso a baladas sociais.

EMPRESA CORREDORA
A recém-criada Maestro Sports, dos sócios Anuar Tacach e Roberto Justus, vai investir R$ 5 milhões para promover a primeira corrida entre empresas do Brasil, em agosto. Inspirada em um modelo americano de evento, a CorporateRun, como foi batizada, espera 3.000 inscritos nessa primeira corrida.

Entre tapas e beijos

Guido Mantega (BNDES) acaba de aprovar três decisões que beneficiam os governos tucanos de José Serra, Geraldo Alckmin e Paulo Hartung. Depois de anos de discussão, o banco finalmente enquadrou nesta semana o projeto Fura-Fila, a polêmica obra iniciada pelo ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000) e rebatizada na gestão tucana como Corredor Expresso. Serra pede um empréstimo de R$ 431 milhões para concluir a obra. O enquadramento é o primeiro passo concreto para a aprovação.
Além disso, a pedido do secretário da Fazenda do Estado de SP, Eduardo Guardia, o BNDES autorizou a Nossa Caixa a voltar a operar com recursos do banco, num limite de R$ 72 milhões. E, na terça, o banco anuncia a liberação de R$ 100 milhões para obras de transporte no Espírito Santo, de Paulo Hartung. Os tucanos viviam reclamando que seus pedidos não andavam no BNDES.


Próximo Texto: "Spread" e juros sobem, mas crédito se expande
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.