FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE

A Kodak anunciou ontem a desativação, até o final do ano, de sua unidade de São José dos Campos (91 km de São Paulo), no Vale do Paraíba. Todos os 650 funcionários serão demitidos. A produção da empresa ficará concentrada na fábrica de Manaus (AM).
A confirmação da desativação acontece dois meses depois de a Kodak ter anunciado a redução da produção em São José dos Campos. Na época, a multinacional havia divulgado a transferência de duas das três linhas de produção para o Amazonas, o que acarretaria 130 demissões. O Sindicato dos Químicos de São José dos Campos denunciou o plano da empresa de fechar a fábrica paulista, mas a informação, na época, foi negada pela Kodak.

Indenizações e bônus
A Kodak está em São José dos Campos desde 1972 e a planta da empresa na cidade possui área de 800 mil metros quadrados.
A multinacional anunciou que concederá indenizações e bônus aos funcionários desligados, além de benefícios como prorrogação do plano de saúde, seguro de vida e assistência para recolocação profissional.
O Sindicato dos Químicos informou ontem que só na semana que vem decidirá se tomará alguma medida para tentar impedir a desativação da unidade.
Herson Manfrinato, diretor de assuntos corporativos da Kodak, atribuiu a decisão da empresa à canibalização do mercado convencional de filmes fotográficos provocada pela indústria de imagem digital.
"Houve queda na demanda por papel fotográfico. No mundo, essa demanda caiu 30% em 2004 em relação a 2003."
Segundo ele, essa mudança forçou a Kodak a mudar o foco de sua atuação. "A empresa está saindo da indústria química para migrar para a indústria digital."
O plano de reestruturação mundial da Kodak já resultou no fechamento de fábricas localizadas na Austrália e no Canadá, e demissões de funcionários na Europa e nos Estados Unidos.


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