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EUA
Para especialistas, tarefa mais importante do presidente do Fed até o fim do mandato, em 2006, é manter preços sob controle
Greenspan venceu inflação, dizem corretores
DA BLOOMBERG
Na última grande batalha de
sua carreira, Alan Greenspan, o
presidente do Federal Reserve, o
BC dos Estados Unidos, está travando uma guerra contra a inflação que os corretores de bônus dizem que ele já venceu.
A diferença de opinião levou os
investidores a fixar o preço dos títulos do governo dos Estados
Unidos de uma maneira não observada desde o início de 2001:
empurrando para baixo os rendimentos de longo prazo, numa
aposta de que a batalha contra a
inflação já acabou, e, ao mesmo
tempo, puxando para cima os
rendimentos de curto prazo, porque o Fed não sinalizou ter encerrado a fase de elevação das taxas.
"A economia, na nossa opinião,
e não na opinião do Fed, está desacelerando", diz Bill Gross, que
administra o maior fundo de bônus do mundo como diretor de
investimentos da Pacific Investment Management Co., com sede
em Newport Beach, Califórnia. "É
justo perguntar o quanto eles poderão avançar sem prejudicar a
economia."
E se houver engano?
Com Greenspan no ocaso de
seus 18 anos à frente do Fed -seu
mandato termina em 31 de janeiro de 2006-, essa questão compõe o centro de seu legado como
administrador da maior economia mundial.
O presidente do Fed está "querendo fechar seu mandato com
chave de ouro", diz Peter Hooper,
economista-chefe para os Estados
Unidos do Deutsche Bank Securities de Nova York e ex-economista do Fed.
"Provavelmente, a tarefa mais
importante a realizar no período
de encerramento de sua carreira
seja fazer com que a economia
realize um pouso suave, com a inflação sob controle." No momento, esse parece ser o caminho que
ele está seguindo.
O Departamento de Comércio
dos EUA disse em 28 de abril que
a economia norte-americana
cresceu a um ritmo anualizado de
3,1% no primeiro trimestre, o
mais lento dos últimos dois anos.
Na semana passada, um relatório do Departamento do Trabalho
mostrou que os preços ao consumidor, excetuando-se alimentos e
energia, permaneceram inalterados em abril. Foi a primeira vez,
desde novembro de 2003, que o
índice de inflação -conhecido
como restrito- não subiu.
Se Greenspan estiver enganado
e o mercado tiver razão, os efeitos
poderão ser sentidos muito além
de sua gestão no Fed, diz Chris
Rupkey, economista-sênior financeiro do Bank of Tokyo-Mitsubishi de Nova York. "Há sinais
clássicos de o Fed ter ido longe demais", diz ele.
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