São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2005

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EUA

Para especialistas, tarefa mais importante do presidente do Fed até o fim do mandato, em 2006, é manter preços sob controle

Greenspan venceu inflação, dizem corretores

DA BLOOMBERG

Na última grande batalha de sua carreira, Alan Greenspan, o presidente do Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos, está travando uma guerra contra a inflação que os corretores de bônus dizem que ele já venceu.
A diferença de opinião levou os investidores a fixar o preço dos títulos do governo dos Estados Unidos de uma maneira não observada desde o início de 2001: empurrando para baixo os rendimentos de longo prazo, numa aposta de que a batalha contra a inflação já acabou, e, ao mesmo tempo, puxando para cima os rendimentos de curto prazo, porque o Fed não sinalizou ter encerrado a fase de elevação das taxas.
"A economia, na nossa opinião, e não na opinião do Fed, está desacelerando", diz Bill Gross, que administra o maior fundo de bônus do mundo como diretor de investimentos da Pacific Investment Management Co., com sede em Newport Beach, Califórnia. "É justo perguntar o quanto eles poderão avançar sem prejudicar a economia."

E se houver engano?
Com Greenspan no ocaso de seus 18 anos à frente do Fed -seu mandato termina em 31 de janeiro de 2006-, essa questão compõe o centro de seu legado como administrador da maior economia mundial.
O presidente do Fed está "querendo fechar seu mandato com chave de ouro", diz Peter Hooper, economista-chefe para os Estados Unidos do Deutsche Bank Securities de Nova York e ex-economista do Fed.
"Provavelmente, a tarefa mais importante a realizar no período de encerramento de sua carreira seja fazer com que a economia realize um pouso suave, com a inflação sob controle." No momento, esse parece ser o caminho que ele está seguindo.
O Departamento de Comércio dos EUA disse em 28 de abril que a economia norte-americana cresceu a um ritmo anualizado de 3,1% no primeiro trimestre, o mais lento dos últimos dois anos.
Na semana passada, um relatório do Departamento do Trabalho mostrou que os preços ao consumidor, excetuando-se alimentos e energia, permaneceram inalterados em abril. Foi a primeira vez, desde novembro de 2003, que o índice de inflação -conhecido como restrito- não subiu.
Se Greenspan estiver enganado e o mercado tiver razão, os efeitos poderão ser sentidos muito além de sua gestão no Fed, diz Chris Rupkey, economista-sênior financeiro do Bank of Tokyo-Mitsubishi de Nova York. "Há sinais clássicos de o Fed ter ido longe demais", diz ele.


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