São Paulo, quarta, 26 de maio de 1999

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RESERVAS
Banco não interveio no mercado na quinta-feira
BC não vende dólar com crise argentina

da Sucursal de Brasília

O Banco Central não vendeu dólares de suas reservas em moeda estrangeira na quinta-feira da semana passada, primeiro dia da crise argentina, quando a taxa de câmbio sofreu grande pressão.
Segundo o BC, as reservas em moeda estrangeira fecharam ontem em US$ 44,641 bilhões, exatamente o mesmo volume registrado na sexta passada.
Esse é um sinal de que o BC não interveio diretamente no mercado de câmbio para atenuar a pressão sobre a cotação do dólar criada pela crise argentina.
Na quinta-feira passada, a moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 1,699, com alta de 0,93% em relação à média da cotação da véspera.
No fim daquele dia, a cotação do dólar recuou para R$ 1,696, e o mercado atribuiu essa queda a uma provável intervenção do BC.
Desde o início de março, o BC adotou a tática de manter segredo sobre suas intervenções no mercado de câmbio. A variação do volume de reservas, entretanto, é um indicador da atuação do BC.
As vendas de dólar que o BC realiza em um dia normalmente afetam o volume de reservas dois dias depois, já que a maior parte dos negócios é liquidada apenas dois dias após a contratação.
Assim, uma provável venda de dólares pelo BC na quinta-feira passada deveria ter sido liquidada na segunda-feira, afetando o volume de reservas desse dia.
A variação do volume de reservas, entretanto, nem sempre é um indicador de alta precisão das intervenções do BC no mercado de câmbio. Embora raras, há vendas de dólares que são contratadas e liquidadas na mesma data ou com um dia de defasagem.
Nesse caso, uma provável venda de dólares na quinta-feira pode ter sido liquidada na própria quinta, quando as reservas caíram US$ 11 milhões, ou na sexta-feira, quando a baixa foi de US$ 37 milhões.
Além disso, nem sempre o BC vende dólares diretamente de sua mesa de câmbio. Há registros de intervenções que o BC fez no mercado por meio da mesa de câmbio do Banco do Brasil.

Bolsa de Álcool
Cerca de 170 usinas se uniram na formação da Bolsa Brasileira de Álcool Ltda., que vai controlar a comercialização do produto de todas as empresas.
Responsáveis por cerca de 85% do álcool produzido na região centro-sul do país, a nova empresa vai comercializar o produto a R$ 0,36 o litro, preço de referência estabelecido pelo governo federal.
"A Bolsa vai funcionar como uma corretora, vendendo o álcool dessas usinas e administrando a oferta do produto", afirma João Carlos de Figueiredo Ferraz, vice-presidente da usina Jardest e membro do conselho técnico da nova empresa, criada na sexta-feira.
Segundo ele, as usinas vão poder recuperar a margem de lucro, iniciando a recuperação do setor.


Colaborou a Folha Ribeirão


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