São Paulo, quarta, 26 de maio de 1999

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ECONOMIA GLOBAL
Presidente do banco central norte-americano comenta taxa negativa de poupança, a menor desde 46
Greenspan alerta para gastança nos EUA

das agências internacionais

O presidente do Fed (o banco central dos EUA), Alan Greenspan, continua preocupado com o elevado nível de consumo dos norte-americanos, que está reduzindo a taxa de poupança interna.
"O nível de poupança não só baixou como passou a ser negativo", disse Greenspan.
O presidente do Fed se referia aos dados divulgados pelo Departamento de Comércio, que indicavam que, no primeiro trimestre, a poupança interna dos EUA ficou negativa em 0,5%, atingindo o menor nível desde 1946.
Greenspan ressaltou que os gastos dos norte-americanos cresceram substancialmente nos últimos anos em razão da forte alta da Bolsa de Valores e da valorização do mercado imobiliário.
"O aumento dos preços das ações explica possivelmente 85% dos motivos que fazem os norte-americanos se sentirem mais ricos e dispostos a gastar mais em carros, aplicações e todo tipo de bens de consumo", disse Greenspan numa palestra realizada anteontem na Federação Nacional do Varejo.
O presidente do Fed sugeriu ainda que as taxas de juros norte-americanas estariam baixas demais, incentivando os proprietários de imóveis a hipotecar suas casas para conseguir recursos.
O consumo, no entanto, deve continuar crescendo.
O índice de confiança do consumidor norte-americano subiu de 135,5 pontos em abril para 135,8 pontos neste mês, próximo ao valor atingido em junho do ano passado -138,2 pontos-, o maior em 30 anos.
Esse número mostra que a economia dos EUA continuará em expansão, sustentada pelos gastos dos norte-americanos em imóveis, carros e outros bens de consumo.
Em abril, a venda de casas caiu 3,3% em comparação com o mês anterior. Em um ano, foram comercializados 5,24 milhões de imóveis habitacionais.
Apesar da queda, o resultado surpreendeu os analistas, que estimavam vendas de 4,99 milhões de unidades até abril.
Com o alto nível de consumo, a economia dos EUA deve registrar seu nono ano consecutivo de crescimento.
Isso, por outro lado, contribui para o aumento da inflação e leva à escassez de crédito no mercado.



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