São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2000


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"LIBÉRATION"

Espiões rondam latas de lixo da Microsoft

DO "LIBÉRATION"

Afinal, quem se interessa pelas latas de lixo da Microsoft? É essa a grave pergunta que a companhia de Redmond (subúrbio de Seattle) vem se fazendo, enquanto a imprensa norte-americana multiplica suas revelações sobre uma série de incidentes estranhos envolvendo várias empresas que dão apoio a Bill Gates no processo que o opõe ao governo norte-americano.
Há cerca de duas semanas, foi o "The Wall Street Journal" que assegurou que uma mulher, colaboradora de uma companhia obscura de Maryland chamada Upstream Technologies, havia tentado adquirir dois sacos de lixo contendo informações sobre a Microsoft de um grupo ao qual a empresa de Bill Gates está associada, a Associação por uma Tecnologia Competitiva.
A dama ofereceu US$ 1.200 ao pessoal da manutenção da associação para recuperar os detritos. Mas as faxineiras recusaram o dinheiro e informaram o incidente à polícia.

Tentativa de invasão
Alguns dias mais tarde, o departamento de polícia de Washington revelou, de sua parte, que "uma ou algumas pessoas" haviam tentando penetrar nos escritórios da Microsoft na cidade -dos quais nada, aparentemente, havia sido roubado.
Em outro desses episódios, a União Nacional dos Contribuintes, organização parcialmente financiada por Bill Gates, afirmou que algumas pessoas haviam se apresentado em seu escritório de Arlington, na Virgínia, usando falsas identidades e "com claras intenções de espionagem".
Essa série de incidentes provocou reação feroz da empresa. Em comunicado, a Microsoft afirmou ser vítima de uma vasta conspiração da parte de concorrentes que pretendiam "incomodá-la" durante uma fase decisiva de sua batalha judicial com o governo norte-americano -isto é, antes que o juiz encarregado do caso, Thomas Penfield Jackson, determinasse a divisão da empresa em duas.
"Nós sempre soubemos que nossos concorrentes estavam envolvidos em uma vasta campanha para nos desacreditar, mas essas últimas revelações causam preocupação quanto a até que ponto eles estariam dispostos a ir para nos prejudicar", disse Rick Miller, um dos porta-vozes da Microsoft.

Computadores roubados
A empresa informou que depois do roubo de alguns computadores, no ano passado, em diversas "empresas colaboradoras" da Microsoft, informações confidenciais sobre sua estratégia de defesa chegaram ao conhecimento da imprensa.
Do lado do governo norte-americano, a opção foi por não comentar esses "fatos estranhos" -sem deixar de evocar, em particular, a "paranóia de Bill Gates", e garantir que ninguém tentou espionar quem quer que seja.


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