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CONTAS EXTERNAS
Fluxo está negativo em US$ 54 mi, mas mês deve terminar positivo em US$ 100 mi
Saída de dólar supera investimento
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central espera contar
com o ingresso de US$ 10 bilhões
neste ano para ajudar no equilíbrio das contas externas. Neste
mês, porém, o que se observa é o
movimento oposto: empresas
multinacionais estão deixando o
país. Até ontem, o fluxo líquido de
capital externo para o Brasil estava negativo em US$ 54 milhões,
segundo dados do BC.
Isso significa que o volume de
dinheiro que os estrangeiros investiram no país não foi suficiente, no período, para compensar o
total de recursos que as multinacionais levaram para seus países.
Recentemente, o maior caso de
empresa estrangeira que deixou o
Brasil ocorreu no setor financeiro.
O espanhol BBV vendeu sua filial
brasileira ao Bradesco. Os US$
649 milhões referentes ao negócio
foram enviados à matriz.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz
que a saída do BBV é um negócio
"pontual" e não irá afetar o ingresso de capital externo no país
ao longo dos próximos meses.
"As nossas projeções já consideram esses eventos", afirma.
Segundo Lopes, apesar do resultado parcial negativo, o ingresso
de investimento estrangeiro direto deve ficar positivo em US$ 100
milhões neste mês.
Confirmada a projeção, o país
terá recebido, no primeiro semestre, US$ 3,4 bilhões em capital externo. O que significa que, para
chegar à estimativa de US$ 10 bilhões feita pelo BC, o Brasil terá
que atrair quase o dobro de recursos (US$ 6,6 bilhões) entre julho e
dezembro. Em maio, o resultado
foi positivo em US$ 541 milhões.
Os últimos números reforçam a
expectativa do próprio BC de que
ocorra, neste ano, uma forte queda no ingresso de investimentos
estrangeiros. Lopes nega, porém,
que esse movimento reflita uma
maior desconfiança dos investidores sobre o Brasil. "Isso [a redução no fluxo de capitais] é uma
tendência mundial."
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