São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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EM TRANSE

Dólar fica a meio centavo de R$ 3, em quarto dia seguido de recorde; dívida pública é a maior sob FHC; mercado quer FMI

Dólar, risco Brasil e dívida batem recorde

DA REDAÇÃO

O dólar não foi a R$ 3 -faltou meio centavo-, mas a economia do país bateu ontem três tristes recordes: o do real mais desvalorizado em seus oito anos de história, o do risco Brasil e o da dívida pública, que jamais foi tão alta desde 1991, quando o indicador passou a ser calculado pelo método atual: 58,6% do valor dos bens e serviços que o país produz em um ano, o PIB, ou R$ 750 bilhões.
Os três números estão relacionados. O dólar tende a subir com o risco Brasil. Como parte da dívida de todos os governos do país, a dívida pública, é ligada ao dólar, quando a moeda americana sobe, a dívida também (além de juros, o governo paga a cerca de 50% de seus credores a variação do dólar). Pior, dívida mais alta aumenta a desconfiança dos credores, o que pode elevar o risco-país.
O dólar sobe sem parar desde maio. Entre as causas estão os juros altos, que reduzem a perspectiva de o país crescer e pagar suas dívidas, a aversão dos investidores globais a aplicações de risco (como o Brasil) e à incerteza sobre o futuro da política econômica brasileira, devido à eleição presidencial. Ontem, além do efeito dos mercados globais, o real foi abalado por boatos sobre pesquisas eleitorais. No mercado, dizia-se que só um acordo com o FMI pode reduzir a tensão.



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