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EM TRANSE
Dólar fica a meio centavo de R$ 3, em quarto dia seguido de recorde; dívida pública é a maior sob FHC; mercado quer FMI
Dólar, risco Brasil e dívida batem recorde
DA REDAÇÃO
O dólar não foi a R$ 3 -faltou meio centavo-, mas a economia do país bateu ontem três tristes recordes: o do real mais desvalorizado em seus oito anos de história, o do risco Brasil e o da dívida
pública, que jamais foi tão alta
desde 1991, quando o indicador
passou a ser calculado pelo método atual: 58,6% do valor dos bens
e serviços que o país produz em
um ano, o PIB, ou R$ 750 bilhões.
Os três números estão relacionados. O dólar tende a subir com
o risco Brasil. Como parte da dívida de todos os governos do país, a
dívida pública, é ligada ao dólar,
quando a moeda americana sobe,
a dívida também (além de juros, o
governo paga a cerca de 50% de
seus credores a variação do dólar). Pior, dívida mais alta aumenta a desconfiança dos credores, o
que pode elevar o risco-país.
O dólar sobe sem parar desde
maio. Entre as causas estão os juros altos, que reduzem a perspectiva de o país crescer e pagar suas
dívidas, a aversão dos investidores globais a aplicações de risco
(como o Brasil) e à incerteza sobre
o futuro da política econômica
brasileira, devido à eleição presidencial. Ontem, além do efeito
dos mercados globais, o real foi
abalado por boatos sobre pesquisas eleitorais. No mercado, dizia-se que só um acordo com o FMI pode reduzir a tensão.
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