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Dólar a R$ 3 é reflexo de incertezas, diz ministro
DO ENVIADO ESPECIAL A GUAIAQUIL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Sergio Amaral (Desenvolvimento) afirmou ontem
que a alta do dólar para R$ 3 é um
reflexo das incertezas no cenário
internacional, aliadas às incertezas internas do Brasil.
O importante, disse, é que "os
fundamentos da economia brasileira estão corretos e os indicadores econômicos estão em ordem,
nosso dever de casa está feito".
Para o chefe do Departamento
Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, "a taxa de câmbio está realmente muito elevada". Segundo ele, "quando olhamos para
os fundamentos da economia, essa alta não se justifica".
O regime de flutuação cambial,
disse Amaral, existe para proteger
a economia. "Se não flutuasse, estaríamos perdendo reservas",
afirmou. A desvalorização do real
em relação ao dólar, segundo o
ministro, deverá provocar um superávit maior que o previsto na
balança comercial deste ano (a
previsão era US$ 5 bilhões e pode
chegar a US$ 6 bilhões).
Questionado se a alta do dólar
poderia levar o país a buscar recursos no FMI, Amaral disse que
o país fará isso se fosse necessário,
mas afirmou isso é assunto do ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Para assessores de Malan, a alta
do dólar faz parte do regime de
câmbio flutuante. Para eles, o real
pode voltar a se valorizar frente à
moeda americana, repetindo o
movimento que ocorreu no final
de 2001 após os ataques terroristas nos EUA e o agravamento da
crise argentina. Na ocasião, o dólar superou os R$ 2,80, mas caiu e
estabilizou-se abaixo de R$ 2,50.
O secretário-adjunto de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, acredita que a alta do dólar vai ajudar
a aumentar o saldo comercial do
país. A balança comercial acumula um superávit de US$ 3,509 bilhões, até a semana passada.
Ele disse que, apesar do câmbio
favorável, há fatores externos que
podem dificultar as vendas. "A
Argentina era o segundo mercado
para as exportações brasileiras,
mas as vendas para lá caíram 66%
neste ano. Mesmo que o dólar suba ainda mais, as exportações para a Argentina não vão melhorar no curto prazo", disse.
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