São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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BC vai mudar estratégia para atuar no câmbio

DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central deve alterar sua forma de atuação no câmbio a partir da próxima semana para tentar conter a escalada do dólar, avaliam economistas e analistas do mercado financeiro.
Mudanças no tamanho das intervenções diárias é uma das apostas de especialistas. A estratégia do BC poderia ser a de voltar a realizar ofertas de grandes lotes de dólares, como fazia há algum tempo. Irrigar o mercado com pequenos lotes, como os US$ 50 milhões que tem sido ofertados nas últimas semanas, não estaria dando os resultados esperados.
O mercado também espera novidades sobre o hipotético fechamento de um acordo de curto prazo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O sinal público de que as negociações podem ser abertas em pouco tempo foi dado anteontem pelo presidente do BC, Armínio Fraga. Em entrevista coletiva, Fraga disse que se a ""conjuntura adversa não melhorar", o governo recorreria ao Fundo.
O mercado futuro é apontado por analistas como um palco importante para o BC tentar minar a escalada da moeda dos EUA.
No mês, a moeda norte-americana já acumula valorização superior a 6%.
Em junho, depois de confirmar que sacaria US$ 10 bilhões do programa ainda vigente com o Fundo, o governo anunciou que retomaria intervenções diárias, estratégia adotada em outros momentos de crise, como em meados do ano passado.
Na última semana de junho, o BC interveio com US$ 100 milhões diários. Desde o início deste mês, o patamar das intervenções diárias foi reduzido aos atuais US$ 50 milhões. Mas a estratégia não tem dado certo.
"A demanda por dólares tem sido muito forte. Ninguém está disposto a vender. Os exportadores, por exemplo, esperam até o último momento para liquidarem seus contratos. O anúncio de um acordo com o Fundo ou uma mudança na estratégia de atuar no mercado poderia aliviar pelo menos um pouco o câmbio", afirma o diretor de tesouraria do banco Fator, Sérgio Machado.



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