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BC vai mudar estratégia para atuar no câmbio
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central deve alterar
sua forma de atuação no câmbio a
partir da próxima semana para
tentar conter a escalada do dólar,
avaliam economistas e analistas
do mercado financeiro.
Mudanças no tamanho das intervenções diárias é uma das
apostas de especialistas. A estratégia do BC poderia ser a de voltar a
realizar ofertas de grandes lotes
de dólares, como fazia há algum
tempo. Irrigar o mercado com pequenos lotes, como os US$ 50 milhões que tem sido ofertados nas
últimas semanas, não estaria dando os resultados esperados.
O mercado também espera novidades sobre o hipotético fechamento de um acordo de curto
prazo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O sinal público de que as negociações podem ser abertas em
pouco tempo foi dado anteontem
pelo presidente do BC, Armínio
Fraga. Em entrevista coletiva, Fraga disse que se a ""conjuntura adversa não melhorar", o governo
recorreria ao Fundo.
O mercado futuro é apontado
por analistas como um palco importante para o BC tentar minar a
escalada da moeda dos EUA.
No mês, a moeda norte-americana já acumula valorização superior a 6%.
Em junho, depois de confirmar
que sacaria US$ 10 bilhões do programa ainda vigente com o Fundo, o governo anunciou que retomaria intervenções diárias, estratégia adotada em outros momentos de crise, como em meados do
ano passado.
Na última semana de junho, o
BC interveio com US$ 100 milhões diários. Desde o início deste
mês, o patamar das intervenções
diárias foi reduzido aos atuais
US$ 50 milhões. Mas a estratégia
não tem dado certo.
"A demanda por dólares tem sido muito forte. Ninguém está disposto a vender. Os exportadores,
por exemplo, esperam até o último momento para liquidarem
seus contratos. O anúncio de um
acordo com o Fundo ou uma mudança na estratégia de atuar no
mercado poderia aliviar pelo menos um pouco o câmbio", afirma
o diretor de tesouraria do banco
Fator, Sérgio Machado.
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