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Empréstimo bancário ao Brasil cai pouco, diz "banco dos BCs globais"
KAREN ILEY
DA REUTERS, EM GENEBRA
Os empréstimos de bancos internacionais ao Brasil caíram no
primeiro trimestre, mas o país
passou algo incólume pelo tumulto na Argentina, de acordo com
dados divulgados na quinta-feira
pelo Bank for International Settlements (BIS, o Banco de Compensações Internacionais).
O estoque de empréstimos ao
Brasil caiu US$ 8 bilhões, para
US$ 134,9 bilhões no primeiro trimestre, enquanto os empréstimos
para a Argentina caíram em um
terço, de US$ 73,9 bilhões no trimestre final de 2001 para US$ 50,3
bilhões, segundo o BIS.
Os números demonstram que, a
despeito do medo de que a crise
argentina se difunda e as preocupações surgidas no Brasil quanto
às eleições presidenciais de outubro, os fundamentos econômicos
da maior economia latino-americana continuam fortes.
Argentina na pior
"No primeiro trimestre, ao menos, a experiência dos bancos cujos números reportamos na Argentina aparentemente não conduziu a uma reavaliação significativa das atividades de negócios
atuais deles no Brasil. As posições
internacionais nos bancos e no setor público brasileiro se mantiveram relativamente inalteradas, o
que sugere que os bancos não estavam indevidamente preocupados com o risco-país", disse o BIS.
Por outro lado, a moratória do
governo argentino da dívida nacional de US$ 133 bilhões e os subseqüentes equívocos na desvalorização cambial implicam que os
bancos internacionais exibam
cautela cada vez maior quanto a
emprestar dinheiro à Argentina;
alguns deles já registraram porção
substancial de suas posições no
país como prejuízos.
Parte importante da queda se
relaciona à conversão de dólares
em pesos à razão de um para um.
Isso fica evidente na queda substancial das posições estrangeiras
na Argentina, que se reduziram
de US$ 55,4 bilhões para US$ 35,1
bilhões.
As posições dos bancos internacionais incluem empréstimos para filiais de bancos estrangeiros,
em moeda estrangeira (dólar, no
caso argentino) e empréstimos
internacionais propriamente ditos.
A Argentina continua afundada
em uma crise que envolveu congelamento de depósitos bancários, o quase colapso do sistema
bancário doméstico e uma série
de tumultos mortíferos.
Mas, embora o Brasil tenha sofrido mais que outros mercados
emergentes, os problemas argentinos não parecem ter prejudicado o setor bancário em geral.
"No primeiro trimestre de 2002,
a crise na Argentina não parece
ter tido impacto adverso sobre a
atividade bancária internacional
em outras partes da América Latina", diz o BIS -o banco e fórum
dos bancos centrais mundiais.
A organização, sediada em Basiléia, Suíça, em sua revisão das estatísticas consolidadas sobre os
empréstimos bancários mundiais, anunciou que os empréstimos internacionais dos bancos japoneses haviam caído acentuadamente, com queda de 10,3% do
mercado pelo final de dezembro
para 8,9% em março.
Tradução de Paulo Migliacci
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